Justiça

Alexandre de Moraes inclui Bolsonaro em inquérito sobre ataques antidemocráticos

O ministro do STF atende à requerimento da Procuradoria-Geral da República

Foto: GABRIELA BILÓ/FOLHAPRESS
Comandante do Exército, general Freire Gomes, em momento de oitiva de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitou na noite desta sexta-feira (13) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a autoria intelectual dos atos antidemocráticos realizados no domingo (8) e que resultaram na invasão e depredação nos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional em Brasília.

Foto: Jacinto Teles/JTNEWS
Sede da Procuradoria Geral da República (PGR) em Brasília

Na decisão, Moraes entendeu que há indícios para abertura da investigação contra o ex-presidente. 

“O pronunciamento do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às Instituições, em especial o STF – imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o TSE–, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi fraudado", escreveu o ministro. 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alexandre de Morais determina investigação de Bolsonaro sobre atos antidemocráticos a pedido da PGR

Moraes também determinou a realização de diligências, como envio de pedido de informações à Meta, empresa que administra o Facebook, para preservar o vídeo, que foi apagado, além do fornecimento de dados sobre alcance da postagem, autoria da publicação, número de compartilhamentos e de comentários. 

O ministro também quer a oitava de especialistas em comunicação de politica de movimentos extremistas e em monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro. 

Por fim, o ministro deixou de analisar o pedido para o ex-presidente prestar depoimento porque Bolsonaro está nos Estados Unidos. 

Defesa 

Em nota, o advogado Frederick Wassef declarou que Bolsonaro não tem relação com as manifestações e que repudia veementemente os atos de vandalismo. 

Foto: Reprodução/Instagram
Jair Bolsonaro (PL) ao lado de Ciro Nogueira: seu ministro e fiel escudeiro do seu goveno como ministro da Casa Civil

“O presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”, declarou a defesa. 

PGR

Mais cedo, a procuradoria pediu a abertura de investigação e argumentou que Bolsonaro teria feito a incitação pública ao crime ao publicar um vídeo nas redes sociais, no dia 10 de janeiro, que tinha como tema o questionamento da regularidade das eleições de 2022. 

Na petição, a Procuradoria da República argumenta que Bolsonaro teria feito a incitação pública ao crime ao publicar um vídeo nas redes sociais, no dia 10 de janeiro, que tinha como tema o questionamento da regularidade das eleições de 2022. 

Foto: GABRIELA BILÓ/FOLHAPRESS
Vista da rampa do Planalto de dentro do Palácio, com vidraça quebrada, durante atos terroristas de extremistas Bolsonaristas

No entendimento do subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, a conduta deve ser apurada por ter ocorrido após os atos contra as sedes dos Três Poderes da República.

Texto: André Richter da Agência Brasil.

Fonte: JTNEWS com informações da Agência Brasil de Notícias

Última Notícias