Enquanto Donald Trump continua se recusando a admitir sua derrota nas eleições, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu nesta segunda-feira (16) seu plano de longo prazo para a retomada da economia americana no pós-pandemia.
O democrata, que assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro, pretende criar 10 milhões de postos de trabalho, aprovar uma política fiscal mais justa e combater desigualdades econômicas com políticas contra discriminações raciais e de gênero.
"É hora de premiar o trabalho, e não apenas a riqueza", afirmou Biden em um pronunciamento em Wilmington, Delaware, ao lado de sua vice, Kamala Harris. "As empresas mais ricas pagarão sua parte de recursos necessários para relançar a economia", disse.
O plano de Biden prevê gastos de US$ 7 trilhões em 10 anos e já foi discutido com líderes sindicais e empresariais, como os CEOs da General Motors, Mary Barra, e da Microsoft, Satya Nadella. Os investimentos serão voltados sobretudo para grandes obras, com intervenções para modernizar estradas, pontes e ferrovias obsoletas.
No entanto, além dos aportes nessa economia mais tradicional, Biden também pretende investir em energias de fontes renováveis, ação em linha com sua promessa de retornar ao Acordo de Paris sobre o Clima.
Já a reforma fiscal do presidente eleito prevê aumento dos impostos para quem ganha mais de US$ 400 mil por ano, de modo a reduzir o abismo entre ricos cada vez mais ricos e uma classe média cada vez mais pobre.
O plano também busca mobilizar o eleitorado democrata na Geórgia, onde será definido o controle do Senado na próxima legislatura. Em um resultado surpreendente, Biden derrotou Trump no estado e se tornou o primeiro democrata a vencer ali desde 1992, com Bill Clinton.
O placar da próxima legislatura no Senado está atualmente em 50 a 48 a favor do republicanos, mas a Geórgia terá segundo turno no início de janeiro para definir seus dois representantes. Se os democratas conquistarem ambas as cadeiras, os dois partidos ficarão empatados, mas o futuro governo Biden poderá contar com o voto de minerva da vice-presidente Harris.
Biden também reclamou da postura de Trump e disse que "pessoas podem morrer" se o presidente em exercício continuar colocando obstáculos à transição de governo.
Até o momento, a gestão do republicano não deu início à passagem de poder para o democrata, já que Trump continua alegando ser vítima de fraudes não comprovadas na apuração - o presidente sofreu diversas derrotas em tentativas de suspender na Justiça a contagem dos votos.
"Mais pessoas podem morrer se nós não nos coordenarmos", afirmou o presidente eleito, acrescentando que agilizar a transição também facilitará a vacinação da população contra o novo Coronavírus.
Fonte: Época Negócios