Política

Bolsonaro afirma que Brasil não comprará vacina contra COVID-19 da China

O presidente Jair Bolsonaro manifestou publicamente sua percepção negativa sobre a vacina chinesa

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
O presidente Jair Bolsonaro no passeio que deu neste domingo

O presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar o acordo firmado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina contra COVID-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
O presidente Jair Bolsonaro

Reportagem do Poder360 apurou que Bolsonaro enviou mensagens a ministros com o seguinte teor: "Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre COVID-19".

O presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), são desafetos políticos.

Bolsonaro também manifestou publicamente sua percepção negativa sobre a vacina chinesa. Em resposta a usuários do Facebook, o presidente reforçou que o Brasil não comprará o imunizante da China e falou até em "traição".

Foto: Reprodução/Facebook
Bolsonaro manifestou publicamente sua percepção negativa sobre a Coronavac

A decisão de Bolsonaro desautoriza o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia assinado o protocolo para a aquisição das doses na véspera (terça-feira, 20 deoutubro). Confira o anúncio feito pela pasta na tarde dessa terça-feira.

O acordo previa a edição de medida provisória para disponibilizar crédito de R$ 1,9 bilhão para comprar as vacinas.

Na manhã desta quarta-feira (21), o presidente declarou em seu Twitter que não comprará a vacina chinesa. "O povo brasileiro não será cobaia de ninguém", escreveu.

Entusiasta da CoronaVac, João Doria tem reunião nesta quarta-feira (21), em Brasília, com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

A agência precisa autorizar o registro da vacina para que as doses possam ser disponibilizadas à população.

Bolsonaro e Doria tem atuado em polos opostos e protagonizado embates durante a pandemia. O presidente é contrário às medidas mais restritivas para obrigar o isolamento social, enquanto o governador paulista estimulou ampla quarentena no Estado mais rico do país. Os dois chegaram a bater boca publicamente em reunião realizada em março.

Nos últimos dias, Bolsonaro e Doria têm divergido também sobre a obrigatoriedade da aplicação da vacina assim que ela estiver disponível. O tucano diz que irá exigir a imunização em São Paulo. Já o presidente afirma que o governo federal não tornará a vacinação obrigatória e que cabe ao Ministério da Saúde recomendações dessa natureza.

Coronavac e outras vacinas

A vacina chinesa contra a COVID-19 está na terceira e última fase de testes. De acordo com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a segurança da substância já está comprovada. Falta agora ter certeza sobre sua eficácia.

No início desta semana, autoridades paulistas apresentaram os resultados dos estudos mais recentes com a CoronaVac. Segundo os estudos, 35% dos 9.000 voluntários tiveram reações leves, como dor no local da aplicação, e nenhum efeito colateral grave durante os testes. O resultado representa que a vacina tem "excelente perfil de segurança", de acordo com Dimas Covas. "É a vacina mais segura, no momento. Não no Brasil. No mundo".

Os testes com a CoronaVac no Brasil são realizados desde julho com 13.000 voluntários em São Paulo e mais seis Estados, bem como no Distrito Federal. As doses são aplicadas em profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia. Ainda neste mês os testes serão expandidos também para idosos, gestantes e portadores de doenças preexistentes.

O Ministério da Saúde tem acordo para compra de imunizantes da AtraZeneca (Reino Unido) e também de adesão à aliança internacional Covax.

Fonte: Poder360

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