O Brasil se absteve na votação de um relatório do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidos, nessa sexta-feira (17), sobre discriminação contra mulheres e meninas. O documento colocado em votação foi proposto pelo México. O objetivo é estabelecer parâmetros para eliminar o preconceito e criar iniciativas para diminuir possíveis impactos da pandemia sobre as mulheres.
Durante a fase de negociação, o Brasil propôs mudanças no texto alinhadas a países conservadores como Egito, Rússia, Paquistão e Arábia Saudita.
O Brasil solicitou a eliminação de três parágrafos do documento, segundo a Folha de S. Paulo. Pediu que fosse retirado o trecho sobre o reconhecimento de que os "indivíduos têm múltiplas identidades, atributos e comportamentos". Também sugeriu excluir a parte do texto que pedia aos países a garantia dos direitos das mulheres em relação à contracepção, ao aborto nos países em que há permissão legal e a programas de prevenção a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Po'r último, a representação brasileira pediu a retirada do parágrafo sobre inclusão de direitos e saúde sexual e reprodutiva, livre de coerção, discriminação e violência". Nenhum dos trechos foi eliminado e, mesmo com os votos contra e as abstenções, o texto foi adotado por consenso.
Sérgio Rodrigues, representante da missão permanente do Brasil junto à ONU, usou o tempo de considerações finais para dizer que a luta contra a discriminação de mulheres é uma prioridade do governo brasileiro. Ele elogiou o documento final, mas ressaltou que "em nenhuma circunstância o texto deve ser interpretado como promoção e apoio ao aborto como método de planejamento familiar".
Fonte: Poder360