Cinco caminhões com oxigênio doado pela Venezuela chegaram na noite dessa terça-feira (19/01) à Manaus (AM), cidade que enfrenta o desabastecimento de insumos hospitalares em meio ao repique de casos da COVID-19.
Os caminhões, que carregam 107 mil m³ de oxigênio, percorreram mais de 1.500 quilômetros de estrada entre o estado venezuelano de Bolívar e a capital amazonense.
A ajuda humanitária chega após vários pacientes morrerem asfixiados em Manaus e em cidades do interior do Amazonas, bem como em cidades no oeste do Pará.
Atualmente, a demanda diária do Amazonas é de cerca de 76 mil m³ de oxigênio hospitalar, mas as empresas fornecedoras não conseguem produzir mais de 28.200 m³ por dia, ou seja, há um déficit diário de aproximadamente 50 mil m³ de oxigênio.
O ditador Nicolás Maduro disse no domingo (17/01) que a crise de saúde em Manaus é um “escândalo” e que a “Venezuela estendeu sua mão solidária ao povo do Amazonas”.
Na segunda (1801), o presidente Jair Bolsonaro ironizou a ajuda entregue pela Venezuela. “Se o Maduro quiser fornecer oxigênio para nós, vamos receber, sem problema nenhum. Agora, ele poderia dar auxílio emergencial para o seu povo também. O salário mínimo lá não compra meio quilo de arroz", disse Bolsonaro.
O general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, admitiu que soube da possibilidade de falta de oxigênio no Amazonas no dia 8 de janeiro, uma semana antes do dia mais grave de mortes por asfixia em leitos do estado. A PGR pediu para o ministro explicar por que não agiu para garantir o fornecimento de oxigênio.
Fonte: Folha de S. Paulo