O ex-ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) disse nessa sexta-feira (10) ao Tribunal de Contas da União (TCU) que foi autorizado pela Comissão de Ética Pública a atuar como colunista da revista Crusoé. Moro afirmou que pediu a suspensão do pagamento de salário que receberia da publicação.
O subprocurador-geral do MPTCU (Ministério Público junto ao TCU) Lucas Rocha Furtado apresentou ao TCU um pedido de suspensão da remuneração dada a Moro durante o período em que estiver de quarentena. Para ele, o ex-ministro estaria acumulando rendimentos.
Moro deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública em 24 de abril de 2020. A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu, em 2 de junho, que o ex-ministro deveria cumprir quarentena de 6 meses antes de voltar a trabalhar. A decisão estabeleceu que o ex-ministro não poderia trabalhar como advogado durante o período, mas o autorizou a dar aulas e a escrever artigos. Ficou decidido ainda que até o encerramento da quarentena, o ex-ministro continuaria a receber salário do governo, de cerca de R$ 31 mil.
Em nota, a defesa de Moro disse que ele "consultou previamente a Comissão de Ética Pública sobre a possibilidade de atuar como colunista da Revista Crusoé durante o período da quarentena, tendo recebido autorização para tanto". “O ex-Ministro, em respeito ao TCU, pediu voluntariamente a suspensão dos pagamentos das remunerações que a Revista faria pelo exercício da função de articulista, até o julgamento da representação", completou.
Moro pediu que o TCU trocasse o relator do processo, ministro Bruno Dantas. “Pelas normas internas do Tribunal, o relator da representação deveria ser o Ministro Augusto Sherman Cavalcanti, e não o Ministro Bruno Dantas, já que cabe a este a fiscalização do Ministério da Justiça e Segurança Pública, órgão responsável pelo pagamento da quarentena do ex-Ministro“, disse a defesa de Moro.
Fonte: Poder360