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De tio-avô de comediante a diretor dos Correios: Senado rejeitou apenas 5 indicações para o STF até hoje

Na próxima quarta-feira (13/12), senadores voltarão a avaliar um nome para a Suprema Corte. A expectativa é que Dino seja aprovado na Sabatina.

Foto: Reprodução
Cândido Barata Ribeiro e Ewerton Quadros tiveram suas indicações ao STF rejeitadas pelo Senado.

Em 133 anos de existência do Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado rejeitou somente cinco indicações à Corte, que já teve 171 ministros. Todas elas aconteceram em 1894, durante o governo de Floriano Peixoto (1891-1894).

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Cândido Barata Ribeiro e Ewerton Quadros tiveram suas indicações ao STF rejeitadas pelo Senado.

Na próxima quarta-feira (13/12), senadores voltarão a avaliar um nome para a Suprema Corte. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado realiza a sabatina do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, indicado ao STF pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A expectativa é que Dino seja aprovado na Sabatina. Não obstante, haver quem aposte em sua rejeição pelo Senado Federal. No plenário, ele precisará do apoio de 41 senadores. O relator da indicação de Dino, senador Weverton Rocha (PDT-MA), estima que ele terá mais de 50 votos a favor.

Foto: Ricardo Stuckert
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do Senador e Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que foi indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Foi ministro, mas não aprovado

O caso mais emblemático é o do médico Cândido Barata Ribeiro, rejeitado pelos senadores quando já atuava como ministro do STF. À época, os escolhidos podiam assumir as funções antes de o Senado votar a indicação.

Após dez meses julgando processos, Barata Ribeiro foi obrigado a deixar o casarão da Rua do Passeio, no Rio, onde os juízes do Supremo despachavam.

O breve ministro hoje é mais conhecido por ser tio-avô do comediante Agildo Ribeiro e dar nome a uma rua de Copacabana. Seu currículo, no entanto, vai muito além.

Barata Ribeiro foi uma das figuras mais influentes do país. Ele era médico-cirurgião e lecionava na Faculdade de Medicina do Rio. Foi expoente dos movimentos pelo fim da escravidão e da monarquia e, mais tarde, prefeito do Distrito Federal (o status do Rio após a queda de dom Pedro 2º).

Floriano havia feito a nomeação aproveitando-se de uma brecha na lei. A Constituição de 1891 exigia dos ministros do STF “notável saber” – sem especificar o tipo de saber.

Apesar dessas credenciais, os senadores concluíram que Barata Ribeiro não poderia ficar no STF. Motivo: ele não tinha formação jurídica.

Outros rejeitados

Depois de Barata Ribeiro, Floriano indicou 11 nomes para o STF. O Senado rejeitou quatro. Dois deles também não tinham formação em Direito: Ewerton Quadros, general que havia sido decisivo para o fim da Revolução Federalista, e Demóstenes Lobo, diretor-geral dos Correios.

Os outros recusados eram graduados em direito, mas não eram expoentes do mundo jurídico: o general Galvão de Queiroz e o subprocurador da República Antônio Seve Navarro.

Nunca se souberam os motivos exatos que levaram o Senado a não aceitar as indicações, uma vez que as sessões eram secretas, e as atas se perderam. A divulgação do parecer sobre Barata Ribeiro foi exceção.

Fonte: JTNEWS com informações da CNN Brasil

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