O delegado da Polícia Federal e ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, polemizou ainda mais nesta segunda-feira (26/4) na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados ao dizer que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, "tornou legítima a ação de criminosos" que exploram madeira de forma ilegal na Amazônia.
A declaração foi o suficiente para acirrar os ânimos dos membros do colegiado legislativo que defendem o governo Bolsonaro e os da oposição a este, que, acirraram os ânimos na defesa do convidado Alexandre Saraiva.
O delegado Alexandre Saraiva não perdeu a tenacidade ao ser desdenhado por deputados bolsonaristas, que chegaram a insinuar e, inclusive perguntar se ele (o policial) não tinha medo de perder o emprego.
Os deputados federais Ubirantan Sanderson [que também é oriundo da PF], bem como o general Peternelli Júnior, ambos do PSL, tacharam o delegado de arrogante, no que o policial rechaçou imediatamente ao responder aos parlamentares dizendo que seu pai lhe ensinou algo importante que ele passa para seus filhos "não seja arrogante com os humildes, nem humilde com os arrogantes". Nesse momento o clima esquentou e vários deputados tentaram tumultuar a sessão, mas o presidente conseguiu superar.
O deputado do PT Paulo Teixeira chegou a requerer que fosse retirada a expressão deselegante dos deputados bolsonaristas dos registros e o presidente da Sessão terminou por determinar à secretaria da mesa que retirasse as expressões agressivas tanto dos deputados ao convidado quanto deste, na resposta forte que deu aos parlamentares, pois todos excederam-se nas tratativas.
O delegado Alexandre Saraiva foi exonerado de suas funções de Superintendente da PF do AM após ajuizar notícia-crime no Supremo Tribunal Federal em desfavor do ministro minsitro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O policial federal foi responsável pela Operação Handroanthus, que fez apreensão recorde de toras de madeira na região amazônica.
"É preciso que essas pessoas que não estão cumprindo com a legislação que elas não possam competir com quem cumpre. Porque quem cumpre a legislação tem um gasto com matéria prima, tem um gasto com mão de obra [muito maior do que quem não cumpre], então nós temos que ao mesmo tempo que combater o crime dar condições para quem está na legalidade continuar trabalhando," declarou o delegado Alexandre Saraiva em um dos tópicos da sua fala nesta noite de segunda-feira (26/4) na Comissão da Câmara dos Deputados.
Fonte: JTNEWS com informações da Câmara dos Deputados