Está marcada para o dia 10 de dezembro a filiação de Deltan Dallagnol ao Podemos, porém o ex-procurador da Lava Jato já consta como vice-presidente do partido no Paraná.
De acordo com uma fonte do partido, Deltan Dallagnol vai receber salário para atuar como dirigente estadual. A “contratação” de dirigentes e lideranças partidárias não é uma regra, depende da negociação política e da função que a pessoa irá exercer. Por esse motivo, Deltan, que está desempregado desde que deixou o MP, será remunerado pelo Podemos e o valor pode chegar a 22 mil.
Nos passos de Moro
Se confirmada a remuneração, Deltan seguirá os passos do colega de Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro. Filiado ao Podemos desde o mês passado, Moro receberá pelo partido um salário bruto de 22 mil reais.
O ex-juiz e ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro afirmou que o salário é um “meio de subsistência” e o que valor seria “muito menor” do que ganha Lula no PT, em entrevista ao podcast Mano a Mano, o ex-presidente disse receber mensalmente do partido um total de 27 mil reais.
“O que nós escolhemos foi um vencimento junto ao Podemos por uma posição de dirigente partidário, e é um valor muito menor do que, por exemplo, ganha o candidato do PT, o Lula”, disse Moro em entrevista à Rádio Jovem Pan Paraná.
Certidão firmada, declarações evasivas
O nome de Deltan Dallagnol consta desde o dia 5 de novembro na certidão com a nova direção partidária estadual. Questionada pelo Carta Capital, a assessoria de imprensa do Podemos atribui o fato a um ‘erro administrativo’.
A pessoa responsável por atualizar os dados teria, segundo eles, publicado a lista antes do tempo e, embora tenha corrigido o erro imediatamente, a atualização não consta no TSE devido aos prazos de atualização processual da Justiça. O gabinete também não confirma que pagará salário a Deltan, e nem qual o valor.
Enquanto o nome de Deltan Dallagnol já constava como dirigente do Podemos no TSE por um “erro administrativo”, Deltan declarava à imprensa que sequer sabia se filiaria.
“Estou em uma fase de reflexão sobre qual vai ser o melhor caminho para eu seguir, e tem a ver com minha saída do Ministério Público Federal (MPF). Sempre houve convites para que eu me candidatasse, nas últimas eleições dos últimos anos, e a resposta que eu sempre dei foi que tenho uma contribuição para com a Lava Jato”, afirmou o ex-procurador no dia 30 de novembro à CNN Brasil, onze dias depois de “virar” vice-presidente do partido.
Fonte: Carta Capital