Talvez eu não tenha sido um bom menino: vivia reclamando de fome, pedindo calçado e caderno, queixando-me de doenças.
Talvez eu não tenha sido um bom adolescente: saí de casa muito cedo, fugindo da pobreza, pensando em ajudar minha família.
Talvez eu não tenha sido um bom rapaz: a peleja do dia a dia e os erros que cometi me ocuparam tanto que não sobrou tempo para quem esperava por mim.
Talvez eu não tenha sido um bom homem: as preocupações, frustrações e todos os tipos de dificuldade cravaram uma estaca de aspereza em meu coração.
Talvez eu não tenha sido um bom filho: todas essas fases em que me distanciei, minha mãe me carregava em orações e sofria cada dor que eu sentia.
Mas há uma certeza: a de que, sem ela, os sonhos já não me motivam, o acordar não é tão desperto, meu andar é meio sem rumo – tudo tem um quê de languidez, e a vida parece vã.
Fonte: JTNEWS