Nessa terça-feira (03), a Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Combate à Corrupção, deflagrou a Operação Turismo Criminoso, a segunda fase da Operação Hidra de Lerna. A ação visa combater fraudes no Departamento Estadual de Trânsito do Piauí (DETRAN-PI), envolvendo crimes como associação criminosa, falsificação documental, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Prisões e acusados
Cinco mandados de prisão temporária de cinco dias foram cumpridos contra Wallace Fernandes Moreira Silva, Bruno Manoel Gomes Arcanjo, Pedro Gabriel de Carvalho Sena, Gabriel Seabra Araújo e Thalysson Santiago Campelo. Eles são acusados de liderar e participar de um esquema que abrange desde o emplacamento até a comercialização de veículos de maneira fraudulenta, com o apoio de colaboradores dentro e fora do DETRAN-PI.
Estrutura do grupo criminoso
O grupo era composto por integrantes com diferentes níveis de participação, desde aqueles com funções menores até os principais líderes. As investigações apontam que Wallace e Bruno, primos, iniciaram as atividades criminosas em Maceió antes de se mudarem para o Piauí, onde cooptaram servidores e despachantes do DETRAN-PI. Eles são acusados de alterar a propriedade de veículos sem o consentimento dos verdadeiros donos, utilizando notas fiscais falsas e "laranjas" para encobrir suas ações.
Participação de familiares e movimentações financeiras
Wallace e Bruno contavam com o apoio de Thalysson Santiago, conhecido como "Japa", e de Hélcio Laércio, ambos ligados ao comércio de veículos. Juntos, movimentaram grandes quantias de dinheiro, inclusive utilizando contas de terceiros e empresas de fachada para ocultar suas atividades. A investigação identificou que Thalysson movimentou cerca de R$ 2 milhões em apenas seis meses, valor incompatível com seu patrimônio e renda declarados
Fraudes no DETRAN-PI e papel de Pedro Sena
Pedro Gabriel de Carvalho Sena, outro integrante do grupo, teve papel central na facilitação das fraudes no DETRAN-PI. Ele era responsável por trazer pessoas de fora para o Piauí e organizá-las em um esquema de "turismo criminoso". Pedro alugou uma casa em Teresina para hospedar os criminosos, que realizaram emplacamentos fraudulentos e, em seguida, abandonaram o local sem pagar os débitos.
Envolvimento de Gabriel Seabra Araújo
Gabriel Seabra Araújo, filho de um funcionário do DETRAN-PI, também teve participação direta no esquema. Com acesso facilitado ao órgão, ele recrutava pessoas para emplacar veículos em seus nomes e, posteriormente, financiar esses carros de maneira fraudulenta. Sua conexão com o chefe do setor de vistoria do DETRAN-PI, Francisco Carlos Nunes Teixeira, conhecido como "Chicão", foi fundamental para o sucesso do esquema.
A investigação continua, e a Polícia Civil do Piauí segue apurando o envolvimento de outros suspeitos no caso.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1