O presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou em reunião emergencial do Conselho de Defesa do país que a provável causa das explosões que mataram ao menos 78 pessoas e deixaram quase 7.000 feridos foi o armazenamento irregular de nitrato de amônio – usado como fertilizante, herbicida, inseticida.
De acordo com o mandatário, havia 2.750 toneladas do composto químico em um armazém na região portuária da capital, Beirute, onde ocorreu a tragédia nessa terça-feira (4).
Aoun deu prazo de 5 dias para a comissão constituída para investigar o caso apresente suas primeiras conclusões, já indicam possíveis responsáveis.
"Não vou descansar, como presidente, até encontrarmos o responsável pelo que aconteceu e até baixarmos sanções mais fortes porque é inaceitável haver um carregamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio em um armazém sem tomar precauções. Isso é inaceitável. Não se pode colocar a segurança dos país e da população em risco", afirmou o presidente.
Aoun declarou situação de emergência em Beirute por duas semanas e ordenou que as Forças Armadas assumam a segurança da região.
O governo libanês também liberou recursos para o atendimento dos feridos em hospitais e mandou o Exército ajudar na limpeza da região devastada pelas explosões. Ordenou também a abertura de escolas para abrigar famílias que não tem onde morar devido aos danos causados pelo incidente.
Haverá também pagamento de indenização às famílias das vítimas. Não ficou claro se o pagamento será feito pelo governo ou pelos responsáveis, após serem identificados.
Mais cedo, o premiê Hassan Diab decretou dia nacional de luto por causa da tragédia. Disse que os responsáveis pela explosão no "armazém perigoso" vão pagar pela tragédia. "Eu prometo a você que essa catástrofe não passará sem responsabilidade", afirmou ele em discurso na televisão.
Explosão
A série de explosões ocorreu na tarde dessa terça-feira em região portuária de Beirute. Pessoas que estavam presentes filmaram a cena. Os vídeos circulam na internet.
Os danos materiais também foram graves. Imagens compartilhadas nas rede sociais mostram uma grande nuvem de fumaça na área e prédios do entorno também destruídos – janelas de apartamentos a quilômetros de distância foram quebradas, assim como fachadas de lojas. Carros foram virados de cabeça para baixo, cortinas de fumaça se formaram nas ruas.
De acordo com testemunhas, as explosões foram ouvidas até na cidade costeira de Larnaca, no Chipre, a cerca de 200 quilômetros da costa libanesa.
O presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade às vítimas da explosão.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que até o momento não houve relatos de brasileiros mortos ou gravemente feridos no incidente.
Fonte: Poder360