O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos fizeram doações em dinheiro vivo para suas próprias campanhas de 2008 a 2014. Reportagem da Folha de S. Paulo, publicada nessa terça-feira (22), mostra que as doações chegam a R$ 100 mil. Corrigido pela inflação, o valor é de R$ 163 mil.
A Folha identificou os depósitos nos processos físicos das prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral. O jornal analisou os valores recebidos desde 2000 pelas campanhas de Jair Bolsonaro e seus filhos, senador Flávio (Republicanos-RJ), vereador Carlos (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
A prática funcionava tanto por autodoação em dinheiro vivo quanto por depósitos em espécie feitos por um familiar em favor de outro. Em alguns casos, segundo o jornal, assessores também depositavam. Foram identificadas cinco campanhas em que o clã Bolsonaro injetou dinheiro em espécie:
1) Carlos Bolsonaro, eleição para Câmara Municipal do Rio em 2008: R$ 35.000.
• Carlos depositou R$ 10.000;
• Flávio depositou R$ 10.000;
• Bolsonaro depositou R$ 15.000.
2) Jair Bolsonaro, eleição para Câmara dos Deputados em 2010:
• depositou R$ 10.000 em espécie para a própria campanha.
3) Carlos Bolsonaro, eleição para Câmara Municipal do Rio em 2012: R$ 22.000.
• Carlos: R$ 10.000;
• Jair: R$ 12.000;
4) Eduardo Bolsonaro, eleição para Câmara dos Deputados em 2014: R$ 30.000.
• Carlos: R$ 10.000;
• Jair: R$ 9.000;
• Jorge Francisco (ex-assessor): R$ 11.000.
5) Jair Bolsonaro, eleição para Câmara dos Deputados em 2014: R$ 4.500 depositados pelo próprio presidente.
A Folha identificou também outras doações feitas pela família cujo meio de transação não foi identificado nos processos físicos. Ou seja, não é possível saber se o valor foi depositado em espécie. Os valores somam R$ 73.000.
Em 2000, por exemplo, Carlos doou R$ 15.000 à própria campanha. Jair Bolsonaro colocou R$ 6.584 em sua campanha a deputado federal em 2002 e R$ 10.000 em 2014.
Eduardo repassou R$ 9.000 para sua campanha em 2014. No registro online do TSE, há a informação de que o valor foi depositado em espécie. No entanto, não pode ser confirmada no processo físico.
Além dos R$ 11.000 para a campanha de Eduardo Bolsonaro em 2014, Jorge Francisco depositou ainda R$ 10.000 para Jair Bolsonaro em 2010.
Procurado, o Planalto disse que não comentará a reportagem.
Fonte: Poder360