O Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza, pediu aos moradores do enclave palestino nesta sexta-feira (13/10) para que eles não saiam de suas casas, contrariando o pedido do Exército de Israel para que todos os civis no norte do território —cerca de 1,1 milhão de pessoas— se desloquem para o sul ante uma esperada invasão terrestre de Tel Aviv.
Para o grupo islâmico, Israel "está tentando criar confusão entre os cidadãos" e "prejudicar a coesão" interna de Gaza por meio de uma "guerra psicológica".
Já Israel diz que o Hamas está "se aproveitando dos moradores da Faixa de Gaza e levando o desastre a eles". "A responsabilidade pelo que possa acontecer com aqueles que não evacuarem está nas mãos do Hamas", disse o contra-almirante Daniel Hagarim, porta-voz militar.
Ao jornal Times of Israel, um morador de Gaza que preferiu não se identificar por medo de retaliações confirmou que o grupo estava impedindo palestinos de esvaziarem a área. Muitos dos residentes, porém, nem sequer tentam sair do local porque não teriam para onde ir no sul.
A ordem desencadeou uma onda de pânico na região. À agência de notícias Associated Press, a porta-voz do Crescente Vermelho Palestino na Cidade de Gaza, Nebal Farsakh, disse que não há maneira de deslocar mais de 1 milhão de pessoas em segurança tão rapidamente.
"O que acontecerá com nossos pacientes?", perguntou. "Temos feridos, idosos, crianças que estão em hospitais." Segundo ela, muitos médicos se recusaram a abandonar os pacientes nos hospitais e começaram a ligar a colegas de trabalho para uma despedida.
Este pode ser um momento crucial na luta entre o Exército de Israel e o Hamas, que, no último sábado (07/10) fez o mais grave ataque ao país desde a guerra árabe-israelense, de 1973. A resposta de Tel Aviv também foi a mais sangrenta até agora, e a expectativa é de que haja uma invasão terrestre a Gaza, onde moram mais de 2 milhões de pessoas.
Fonte: JTNEWS com informações da Folha de S.Paulo