Maria Vitória dos Santos, de 15 anos, foi assassinada a tiros pelo namorado, Gilson Cruz, de 56 anos, na noite de domingo (14/7), em Monteiro, no interior da Paraíba. O caso, que está sendo tratado como feminicídio pela Polícia Civil, gerou grande comoção na cidade, distante 264km de João Pessoa. O acusado está preso.
Em um áudio enviado a um amigo, Maria Vitória relatou os constantes abusos e ameaças que sofria por parte de Gilson. "Ele já tentou fazer muita coisa comigo, né? Tipo, já jogou a pistola na minha cara, estourou a minha cabeça, aí tive que dar ponto na UPA, um monte de coisa. Só que eu nunca tive coragem de denunciar ele. Assim, né, coragem de fazer mal a ele e para os meus pais, entende?", disse a adolescente na gravação.
Segundo testemunhas, Maria Vitória e Gilson bebiam em casa, quando começou uma discussão. O homem teria, então, sacado uma arma e realizado diversos disparos contra a jovem, que não teve chance de defesa.
"Ele atirou mais de uma vez, ele se certificou de fato acertá-la e acertou de uma maneira que não tinha como ela sobreviver", afirmou o delegado Sávio Siqueira, responsável pelo caso.
Após o crime, Gilson Cruz fugiu do local do crime. Ele acabou localizado e preso pela polícia em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. Segundo o delegado Sávio Siqueira, responsável pela investigação, a prisão do suspeito foi possível graças ao monitoramento de câmeras de trânsito e à colaboração da Polícia Militar de Pernambuco.
Apesar de não haver registros formais de agressões contra Maria Vitória, familiares e amigos da jovem relatam que ela era constantemente vítima de violência por parte de Gilson. O suspeito, inclusive, já havia sido condenado por lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica contra a própria filha.
Maria Vitória conheceu Gilson há mais ou menos dois anos, quando começou a trabalhar na padaria dele. A relação entre os dois logo se tornou abusiva, culminando no trágico assassinato da jovem, segundo parentes e amigos.
A mãe da adolescente, Maria Lúcia dos Santos Farias, disse à equipe da TV Paraíba, afiliada da TV Globo, que disse que descobriu, quando a filha já estava morando com o suspeito, que eles mantinham relações sexuais desde que se conheceram, o que pode configurar estupro de vulnerável, segundo o Código Penal.
De acordo com o delegado, se for constatado que houve tal relação, ele deverá responder também por estupro de vulnerável, além do feminicídio. No entanto, o policial informou que a mãe da vítima não prestará depoimento por enquanto, por causa das condições emocionais dela. A mãe mora em São Paulo e planejava buscar a filha para viver com ela na capital paulista.
Fonte: JTNEWS