Política

Indígenas estão reivindicando o que é deles, diz Lula sobre marco temporal

O ex-presidente afirmou que é necessário parar de debater responsabilidade fiscal e passar a discutir responsabilidade social

Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Lula abraça a indígena Sonia Guajajara ao lado de Geraldo Alckmin durante encontro em São Paulo

Nessa sexta-feira (27/05), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato a presidente nas eleições de 2022, afirmou, em São Paulo, que os povos indígenas reivindicam o que é deles ao defender demarcações que não levem em consideração a tese do marco temporal, questão que deve voltar a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho.

Foto: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Lula abraça a indígena Sonia Guajajara ao lado de Geraldo Alckmin durante encontro em São Paulo

“Temos uma dívida secular com os indígenas brasileiros. E os índios não estão reivindicando nada que seja de ninguém. Eles estão reivindicando apenas aquilo que é direito deles antes dos portugueses chegarem aqui”, declarou o pré-candidato em discurso durante encontro com movimentos sociais na região central da capital paulista.

“Temos que ter coragem de dizer que vamos não só demarcar as terras que têm que ser demarcadas como a gente vai acabar com essa história de garimpo ilegal ou com madeireiros ilegais em terras indígenas”, acrescentou.

Defendido por ruralistas, o marco temporal determinaria que uma terra indígena só poderia ser demarcada caso se comprove que o povo estava na área requerida quando da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Indígenas e ambientalistas argumentam, porém, que conflitos de terra forçaram muitos povos originários a deixar sua terra tradicional antes de outubro de 1988.

Lula também falou que é necessário reconhecer os territórios quilombolas. “Temos condições de consertamos esse país, de atender grande parte das reivindicações”, havia dito antes.

O ex-presidente afirmou que é necessário parar de debater responsabilidade fiscal e passar a discutir responsabilidade social.

“É preciso inverter. Ao invés de ficar discutindo responsabilidade fiscal para garantir dinheiro de banqueiro, é preciso discutir responsabilidade social para pagar a dívida com o povo trabalhador desse país.”

“É preciso parar de dizer ‘não’ ao povo trabalhador, aos que querem casa, aos que querem educação, saúde, saneamento básico, aos que querem respeito aos direitos humanos. E parar de dizer ‘sim’ aos banqueiros, aos empresários, aqueles que às vezes vêm aqui só para explorar o povo trabalhador”, prosseguiu Lula.

O pré-candidato do PT também disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é responsável pelos preços dos combustíveis e por parte da inflação no país. “Não adianta o presidente [Bolsonaro] ficar jogando a culpa na Petrobras e na guerra da Ucrânia. O preço do combustível e metade da inflação é única e exclusivamente da responsabilidade do desgoverno que temos nesse país.”

“Ele [Bolsonaro] diz que só Deus vai tirar ele. O povo é a voz de Deus e o povo vai tirar ele de lá. Quem vai tirar ele de lá são vocês”, afirmou em outra referência ao presidente.

Fonte: CNN Brasil

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