O influencer Itallo Bruno Nunes e Silva e mais 24 pessoas foram indiciadas pelos crimes de associação criminosa e adulteração de sinal característico de veículo automotor, no inquérito que investiga a atuação de um grupo responsável pela prática do “grau”, que culminou com a Operação Rolezinho, deflagrada em 13 de setembro de 2024. O relatório foi assinado pelo delegado Roni Silveira, em 30 de janeiro de 2025.
Os demais indiciados foram identificados como: Ana Clara Lima Silva, Talysson Henrique Lopes da Silva, Lucas Barradas Reis, Layahnderson Pereira de Sousa, Ronny Wesllen de Morais, Pedro Henrique Barbosa de Neiva e Silva, Yago David Santos Almeida, Jean Wesley Porfírio da Silva, João Henrique Sousa, João Victor Rabelo da Silva, Johnatas Lopes Brito, Rômulo Nascimento de Medeiros, Evandro Caldas Sampaio, Francisco Matheus Gomes Mororo, João Vitor Anchieta Rodrigues, William Pereira da Silva Junior, Darlyson da Silva Sousa, Mateus Portela Frota, Jonatas Alves de Sousa, Fernando José Feitosa de Brito, Anderson Yago Carvalho de Brito, Matheus de Araujo Lima, Mario Sergio de Castro Santos Júnior e Antonio Cezar de Lima Castro.
O inquérito foi instaurado pela Superintendência de Operações Integradas, da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, com a finalidade de investigar os crimes de Associação Criminosa, Adulteração de Sinal Característico de Veículo Automotor e Direção Perigosa, dentre outros ilícitos, cujos investigados se utilizavam das redes sociais, sobretudo, o Instagram, para a divulgação de realização dos crimes.
Durante as investigações, a polícia constatou que além dos condutores e passageiros das motocicletas, pessoas identificadas como “influenciadores”, convocavam e traçavam o trajeto a ser percorrido, além de oficinas de motocicletas que eram responsáveis pela alteração no sistema de escapamento, modificando descarga do veículo (sem silenciador), o tornando perturbadores.
Após uma série de diligências e arrecadação de elementos de prova, foram identificados diversos perfis na rede social Instagram, cujos titulares são praticantes do chamado “grau” e “Rolezinho”, e utilizam tais perfis para a divulgação das manobras e, consequentemente, dos crimes associados a ela.
Atuação e liderança de Itallo Bruno
Entre os perfis investigados, o de Ítallo Bruno chamou atenção dos investigadores cujo conteúdo revelou grande poder de influência dele sobre os demais personagens envolvidos com a prática dos “Rolezinhos”, o que nos faz acreditar que tal indivíduo é uma forte liderança nesse contexto criminoso.
“Impende mencionar que a equipe de investigação identificou que às quintas-feiras, o grupo criminoso sob a orientação e convocação de Itallo Bruno, realiza o encontro no Posto Ipiranga, localizado na Avenida Raul Lopes, 1070, bairro Jóquei, Teresina – PI. De forma que aquele indivíduo utiliza sua rede social no Instagram para realizar a convocação através de publicações no story com a mensagem: “quintou né”, ou “quintou galera, todo mundo já sabe onde é”. Assim, os seguidores praticantes dessas modalidades criminosas ficam avisados e cientes do local de encontro. Em seguida, o grupo realiza deslocamento pelas vias públicas de Teresina realizando manobras perigosas, e causando risco a integridade das pessoas. Nossa equipe constatou também, que além da convocação, ação típica de liderança, o investigado ao chegar no ponto de encontro, utilizou também da sua rede social para informar a presença da Polícia Militar no local, utilizando a expressão “Red X”. A Policia Militar estava presente como âmbito de coibir as práticas criminosas efetuadas pelo grupo investigado, reforçando o viés preventivo – educativo.
O indiciamento
Conforme a Polícia Civil, a grande maioria dos investigados assumiu a autoria do perfil da rede social que embasou esta investigação, bem como o fato de que usavam os veículos automotores (motocicletas) para as práticas dos chamados “Grau” e “Rolezinho”, o que constitui as práticas criminosas investigadas.
A autoridade policial ressaltou, por fim, que imagens acostadas aos autos (por meio de certidões telemáticas), extraídas dos perfis de rede social, então utilizados pelos investigados, somados ao teor dos seus interrogatórios, deixam evidente a materialidade delitiva e os indícios de autoria dos crimes ora investigados.
“Por todo o exposto, indicio os indivíduos relacionados, pelos crimes de Associação Criminosa (art. 288 do CP), Adulteração de Sinal Característico de Veículo Automotor (art. 311 do CP)”, destacou o delegado Roni Silveira.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1