A base utilizada pelos Estados Unidos em Al-Asad foi atingida por vários mísseis nesta terça-feira (7). Segundo a Associated Press, TV estatal iraniana, o Irã é o autor dos disparos. A imprensa local fala em dezenas de mísseis. Até o momento não há informações sobre vítimas.
A base foi visitada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2018. O país norte-americano ainda não se pronunciou sobre o assunto.
O Irã havia ameaçado "vingança severa" após a mote de Soleimani, general comandante do grupo de elite do exército revolucionário do país. Especialistas afirmam que ele era mais popular do que o próprio presidente. Milhões de pessoas tem saído às ruas desde a morte do militar.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o o Brasil pretende manter as relações comerciais com o Irã e afirmou que repudia o terrorismo. "Nós repudiamos o terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final. Temos comércio com o Irã e vamos continuar esse comércio", disse.
O Brasil historicamente defende a paz mundial
O Brasil tem um histórico de participação efetiva nas operações de paz em diversos países do Mundo, por meio da Organização das Nações Unidas (ONU), de forma que em diversas vezes o País tem participado de missões de paz, sempre propugnando pela solução dos conflitos internacionais por meio do diálogo.
Então, a posição do Brasil é firme no decorrer de dezenas de anos no compromisso com os princípios tradicionais de não intervenção pela força, e sim a resolução pacífica de conflitos, este tem sido seu posicionamento internacional.
Embora já tenha desenvolvido ações mais duras utilizando-se, inclusive de forças militares com comandos de ação militar, em casos específicos, a exemplo da África. Mesmo havendo registros de ações, no mínimo ambíguas.
Essa ambiguidade tem ocorrido quando se registra a participação do Brasil em missões de estabilização no continente africano, como no caso da United Nations Organization Stabilization Mission in the DR Congo (MONUSCO), dotada inclusive de mandato para o uso ofensivo da força contra determinados grupos armados.
Em tempos mais ou menos recentes, teve o Brasil, a intenção manifestada pelo Ministério da Defesa de enviar tropas para outra missão de estabilização no continente africano, igualmente dotada de autorização para o uso robusto da força (United Nations Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic, MINUSCA), é mais um indicador dessa ambiguidade mencionada.
Embora, essa última iniciativa não se tenha concretizado, a mera declaração das autoridades do Ministério da Defesa sobre a intenção de envolvimento de tropas brasileiras na MINUSCA sugere que o posicionamento do País tem sido ambíguo em relação ao que o Brasil entende sobre o seu próprio papel na manutenção e consolidação da paz [o Brasil e as Operações de Paz no Século XXI - Bernardo Sarmento Pereira et al].
Portanto, é bastante evidente que a Diplomacia brasileira, não tem a tradição de se envolver, ao ponto de emitir opinião como a do presidente Jair Bolsonaro acerca do conflito internacional atual, entre os Estados Unidos e o Irã [acirrado com o atentado a mando do presidente Donald Trump contra o General iraniano, Qasem Suleimani, nessa semana].
Em crise dessa natureza a diplomacia do País tem, tradicionalmente deixado de "jogar gasolina na fogueira" e ao contrário, tem defendido a solução do conflito por meio de relações dialógicas. Pois, o presidente Bolsonaro, preferiu "jogar mais fogo na fogueira" e declarando, ou no mínimo insinuando que os Estados Unidos mataram um 'general terrorista' do Irã. De forma que essa postura do Chefe de Estado Brasileiro não contribui absolutamente em nada para a solução do conflito.
Fonte: JTNews, com informações do Congresso em Foco e internacionais