O membro do Bonde dos 40, Felipe Kiko Silva Cavalcante, acusado de tentar matar um policial civil do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), durante operação na quarta-feira (26), teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A decisão foi assinada às 23h09 dessa quinta-feira (27) pelo juiz de Direito da Central de Audiência de Custódia de Teresina, Ermano Chaves Portela Martins.
Conforme a decisão, a equipe do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) recebeu informações oriundas de colaboradores de que um indivíduo, identificado posteriormente como Felipe Kiko, estaria portando uma arma de fogo de calibre restrito e transitando em um veículo modelo Chevrolet Celta de cor preta. Além disso, segundo as informações preliminares, o suspeito possuía vínculos com uma facção criminosa atuante na região.
Ao chegar ao local, a equipe procedeu com a abordagem tática, identificando-se como policiais civis, fazendo uso de coletes balísticos, insígnias institucionais e verbalização padrão. Ao ser ordenado que se levantasse e colocasse as mãos sobre a cabeça, o autuado, de maneira abrupta e intencional, sacou uma pistola e iniciou disparos contra a equipe, desconsiderando a presença policial e a ordem de abordagem.
Durante o confronto, o policial foi atingido na região do peito, no entanto, o impacto foi absorvido pelo colete balístico, impedindo lesões graves. Apesar de ter sido alvejada, a vítima não sofreu ferimentos significativos e permaneceu apto a atuar nas diligências para a captura do agressor. Enquanto isso, o suspeito continuou a disparar contra os agentes enquanto se evadia do local. Diante da iminente e grave ameaça à integridade da equipe, os policiais reagiram de forma técnica e proporcional, atingindo o suspeito no braço. Mesmo ferido, o agressor persistiu na tentativa de atirar, cessando apenas quando sua arma apresentou falha mecânica, impossibilitando novos disparos.
Diante da gravidade do caso, o magistrado ressaltou que “a liberdade do custodiado revela-se comprometedora à garantia da ordem pública, em razão da gravidade concreta da conduta. O que revela, é que a ação do autuado é concretamente mais gravosa do que é ínsito ao tipo penal, superando, em muito, a gravidade abstrata inerente ao tipo, refletindo agir mais grave, indicativo de periculosidade elevada. Logo, restou evidenciada a necessidade concreta de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do custodiado para acautelar a garantia da ordem pública, pelos fundamentos já explicitados”, diz trecho da decisão assinada pelo juiz Ermano Chaves Portela Martins.
Ele foi autuado por tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.
Criminoso matou primo do delegado geral Luccy Keiko
Na tarde do dia 31 de julho de 2018, José Wilton Nogueira de Melo, de 25 anos de idade, foi executado com setes tiros dentro de casa, situada na Rua Pires Rebelo, bairro Vermelha, zona sul de Teresina. Ele era primo do delegado Luccy Keiko.
De acordo com a Polícia Militar, o jovem estava chegando em sua residência quando foi surpreendido por dois homens, em um Gol prata, e um deles realizou vários disparos contra ele. A arma utilizada no crime é de uso restrito da polícia.
Com o avanço das investigações, os policiais do DHPP conseguiram chegar até Felipe Kiko Silva Cavalcante, através da placa do veículo utilizado na ação criminosa. Com isso, foi pedida sua prisão, determinada pela Justiça, que foi cumprida no dia 29 de setembro de 2018.
Criminoso estava solto desde 2023
O desembargador Erivan Lopes, da 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí, concedeu habeas corpus a Felipe Kiko Silva Cavalcante preso desde 2018 acusado de matar José Wilton Nogueira de Melo, primo do delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko.
A liberdade foi concedida no dia 2 de outubro de 2023 e foi confirmada pelo colegiado durante julgamento virtual ocorrido de 6 a 13 de novembro do mesmo ano.
Fonte: JTNEWS com informações do GP1