“O Brasil é o País que mais pode ofertar qualquer política de combustível renovável e de energia limpa. Ninguém consegue competir com o Brasil”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a inauguração da nova planta industrial de Etanol de Segunda Geração da Raízen. O evento ocorreu no Parque de Bioenergia Bonfim, em Guariba (SP). Com investimento de R$ 1,2 bilhão, a unidade da companhia é considerada a maior do mundo e tem capacidade estimada de produção de 82 milhões de litros de etanol por ano.
“O que o mundo produz de Etanol de Segunda Geração, aqui é produzido em 30 dias. Ela representa bem a famosa NIB, Nova Indústria Brasil. É inovação, sustentabilidade, competitividade e exportação”, destacou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Primeiro bioparque do mundo com economia circular completa, o Bonfim produz não só etanol, mas energias renováveis como bioeletricidade, biogás e bioprodutos, além de investir em energia solar.
“A nossa engenharia, os nossos pesquisadores, conseguiram fazer o que nenhum país do mundo, que pensa que é melhor que nós, fez. A gente consegue transformar o bagaço [da cana-de-açúcar] numa coisa que produz o etanol de muito melhor qualidade do que o etanol normal que a gente produzia antes, que é o etanol de segunda geração”, disse Lula. O presidente enfatizou, ainda, a importância do etanol para o enfrentamento à emergência climática vivenciada no mundo atualmente.
“O mundo está passando por uma fase hoje que é a questão da transição energética. Quem não acreditava, pode acreditar. A questão climática é grave”, ressaltou Lula, e completou:
“A natureza está se manifestando em vários países e o aquecimento global é uma verdade. E qual é o país que tem possibilidade de descarbonizar o planeta mais do que nós? Nós temos 90% da nossa energia elétrica limpa e renovável, nós temos 55% da nossa energia de combustível renovável”.
O Etanol de Segunda Geração é considerado uma aposta para a transição de baixo carbono. Ele se diferencia por usar o bagaço proveniente da produção do açúcar e etanol comum para produzir mais etanol.
O reaproveitamento, que também envolve ingredientes como palha e outros elementos residuais, proporciona aumento de até 50% na produção, sem aumento de área plantada, e índice 30% menor de emissão de gases de efeito estufa. Cerca de 70% dos equipamentos para o processo de transformação do E2G são produzidos no Brasil.
Nova unidade
O Parque de Bioenergia Bonfim conta atualmente com 2.507 funcionários, sendo 230 para a nova unidade, e mobiliza força de trabalho não só na cidade, mas em diversos municípios da região, como Araraquara, Jaboticabal, Matão, Dobrada, Santa Ernestina, Motuca, Guariba e Taquaritinga.
As plantas de etanol de segunda geração agregam ainda benefícios sociais e econômicos, aumentam a representatividade no fundo estadual de participação dos municípios em que estão inseridos, geram desenvolvimento de fornecedores nacionais, produção de equipamentos de origem nacional, capacitação de mão de obra local e geração de empregos durante a obra e a operação.
“Nós sabermos que o Brasil é conhecido como o celeiro de alimentos do mundo, mas é também celeiro de energia limpa e renovável e potencial agrícola para descarbonizar, não só a nossa matriz, mas ajudar a descarbonizar o mundo. E o etanol tem um potencial enorme para isso”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante o evento.
A Raízen anunciou a construção de nove plantas do etanol celulósico. Outras 11 estão no plano da empresa, num total de 20 unidades e capacidade de 1.6 bilhão de litros de etanol de segunda geração por ano. A estimativa é de que as 20 plantas impactem em mais de 500 fornecedores e empresas e gerem 17 mil empregos, entre diretos e indiretos.
Fonte: JTNEWS com informações da Agência Brasil