Tu nasceste das ruínas antigas;
Das torres trancadas foste o vigiador,
Guarda de vilania inimiga;
De celas, incansável protetor.
Mantiveste o calabouço fechado,
A masmorra infecta protegida,
Os grilhões nos corpos acorrentados
Dos infelizes de marginal vida.
Injustamente de algoz chamado,
Até hoje és do mal o vigia.
Por tantas pessoas caluniado,
Carcereiro, mais que muitos expias.
Maldito quem te chama torturador
E a ti deseja no castigo ver;
Porém punição não causa mais dor
Que reconhecimento não haver.
Pois és aquele que a tudo observa;
No cárcere, com as mãos limpas, entra;
Se com palavras a paz não preservas,
Usas da bomba de efeito e pimenta.
Ilustre agente penitenciário –
Mulheres e homens de preta farda – ,
Que não teme a nenhum presidiário,
Caso falhe a tonfa, tens a espingarda.
Viatura, colete, algemas no traslado;
Escolta feita com muita atenção;
Se há ocorrência ages com cuidado;
Sempre atento à alteração.
És brado mais forte e voz mais mansa;
És do preso frágil o “melhor amigo”;
Quando em motins grades se balançam,
Instauras a ordem sem ver perigo.
Antanho de outras polícias à margem,
A ti grupamento algum é igual
Em sacrifício, força e coragem –
Bravo guerreiro, Polícia Penal!
*Flávio José Pereira da Silva é escritor, professor, licenciado em Letras Português e Policial Penal do Piauí.
Fonte: JTNEWS