O Ministério da Justiça e Segurança e Pública coordenou hoje a realização da Operação Flashback II, que tem como foco desarticular um grupo do PCC (Primeiro Comando da Capital) que concentra as ordens dos chamados "tribunais do crime", responsáveis por julgar e punir inimigos e próprios membros da facção criminosa, dentro e fora dos presídios. A ação cumpre 212 mandados de busca e apreensão e de prisão em dez estados.
As buscas se concentram em Alagoas, com 73 mandados sendo cumpridos na capital Maceió e 98 ao todo no estado. Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraíba, Piauí, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais também estão entre os destinos das ações. O objetivo principal é desarticular um grupo do PCC com base no Mato Grosso do Sul, de onde partem as ordens para as ações dos "tribunais do crime" de todo país.
A Operação Flashback já teve uma primeira fase em novembro do ano passado, também com foco nas ações de justiça da fação criminosa. A segunda fase de hoje é realizada em parceria com a SSP-AL (Secretaria de Segurança Pública de Alagoas), a PF (Polícia Federal), além da Polícia Civil e Militar do estado alagoano.
Em uma ação sincronizada com a operação liderada pelo Ministério da Justiça, a PF em Alagoas também realizou a operação Njord, que tem como objetivo desarticular um ramo do PCC que enviava drogas ao estado nordestino. A ação concentrou o cumprimento de 39 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em Maceió, São Paulo e em cidades do Mato Grosso do Sul e Paraná.
"Damas do crime"
Em nota sobre a segunda fase da Operação Flashback, a SSP-AL destacou o protagonismo feminino nos "tribunais do crime". As investigações apontaram um crescimento na ocupação de cargos de chefia da fação por mulheres, chamadas de "damas do crime" pela operação. Nas ações de hoje, 40 mandados visavam integrantes mulheres do PCC.
"Ficou constatado pela unidade especializada que o núcleo das damas do crime é composto por 18 mulheres e apenas um homem", afirma a nota. "As mulheres têm perfil igualmente violento ao dos homens da facção quando definem julgamentos ocorridos nos tribunais do crime", acrescenta o texto.
Segundo a investigação, as mulheres conduzem rituais nos "tribunais do crime" e também elaboram "peças conclusivas" sobre os alvos das ações de justiça da facção, determinando condenações ou absolvições.
Fonte: UOL Notícias