O caminho de Padre Cícero Romão Batista, conhecido como Padim Ciço, rumo à canonização é uma trajetória marcada por polêmicas e desafios. Recentemente, o Vaticano reavaliou a situação do religioso brasileiro, que já é considerado um santo pelo catolicismo popular, especialmente no Nordeste do Brasil.
Padre Cícero, que faleceu em 1934, é venerado por muitos como um santo, apesar de ter sido banido da Igreja durante sua vida. Sua suspensão ocorreu após um alegado milagre envolvendo a transformação de uma hóstia em sangue, o que levou a Igreja a questionar a veracidade do fenômeno e a suspender o sacerdote. Esse episódio gerou controvérsias, com comissões de investigação divergindo em seus pareceres.
Além de seu papel religioso, Padre Cícero também teve uma carreira política notável como o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte e envolveu-se com cangaceiros, incluindo Lampião. Suas ações e relações políticas, bem como seu envolvimento com grupos de cangaceiros, foram amplamente debatidas e criticadas.
A reabilitação de Padre Cícero começou a tomar forma no século 21. Em 2001, o cardeal Joseph Ratzinger, que mais tarde se tornaria Papa Bento 16, incentivou uma nova investigação sobre o caso. Essa reavaliação culminou em 2015 com a retirada da suspensão que pesava sobre o padre, permitindo que seu processo de beatificação fosse aberto.
Em 2022, o bispo Magnus Henrique Lopes pediu formalmente a beatificação de Padre Cícero, que agora aguarda a continuidade do processo. A devoção popular e o impacto positivo na comunidade permanecem elementos centrais na consideração de sua santidade.
Fonte: JTNEWS