Nas últimas 24 horas, mais três policiais penais do Estado do Pará foram perseguidos e alvejados por integrantes de facção criminosa que atua no País com forte presença no Pará. Em um dos casos, que aconteceu na manhã de hoje (12/7) o agente policial penal estava saindo do plantão, e ao chegar em sua residência foi recebido com tiros que atingiram a barriga, braço e perna, após ser socorrido, seu quadro é estável.
Na noite desse domingo (11/7), dois agentes policiais penais perceberam a movimentação dos criminosos próxima às suas residências e com a presença de outro policial penal percebido pelos bandidos estes vieram a fugir sem a consumação de mais um ato covarde e criminoso.
Tudo isso ocorre sob a omissão das autoridades brasileiras. É um verdadeiro descaso, seja do governo local que já comprovou sua ineficiência no combate aos atos criminosos, seja do governo federal, por meio do Ministério da Justiça que, sequer autoriza a Polícia Federal patrocinar as investigações contra essa bandalheira criminosa que deita e rola nas barbas dos governos omissos, ineficientes e incompetentes [de Jair Bolsonaro a Helder Barbalho], pois essa é uma questão de segurança pública nacional, e cada governo concorre para saber qual é o mais omisso; mais do que isso é uma questão de direito humano fundamental: direito à vida.
Infelizmente, essa triste e alarmante realidade já se transformou numa infeliz rotina, pois na noite desse último sábado (10/7), mais um policial penal temporário já havia sido vitimado pelo crime organizado, era Wellington Cláudio Lima Coimbra, que foi covardemente asssassinado no Grajaú em Ananindeua, região metropolitana de Belém do Pará. Wellington tinha 38 anos, deixou esposa e filhos.
Bandidos chegaram de moto e invadiram a casa do policial penal, e o assassinaram com diversos tiros, perante sua família. Segundo informações que chegaram ao JTNEWS ainda levaram a arma do policial, provavelmente uma pistola .40 de propriedade particular.
Ao JTNEWS um agente de segurança da Polícia Penal do Pará, que preferiu não se identificar, lamentou a triste situação que persegue os policiais paraenses já há um tempo. "Os polícias penais do Estado do Pará já vivem uma situação de completo abandono, desrespeito e desvalorização por parte da secretaria. Mesmo diante dos assassinatos que vêm ocorrendo desde setembro de 2020, nós continuamos sendo a única força de segurança pública que recebe somente 60% de risco de vida. Não recebemeos gratificação de dedicação exclusiva de polícia, e nem auxílio fardamento, tampouco a gratificação de extraordniário por trabalhar além da carga horária constitucional. Nossa carga horária só passará de 24 por 48 horas no dia 4 de agosto de 2021 para 24 por 72 horas [o que mesmo assim ainda continuará supeiror às 44 horas semanais estabelecidas na Constituição; sendo isso possível porque a categoria foi às ruas cobrar esse direito publicamente. E ainda assim, dezenas de policias foram afastados e transferidos de unidade como punição", relata o policial penal em tom de indignação.
"Não são apenas os ataques que nos preocupam, mas também os assédios e perseguições por parte de alguns diretores de unidades, principalmente militares e delegados. Os policiais penais de Itaituba (PA) estão sofrendo por estes assédios. Precisamos ter um melhor salário para poder dar para nossa família uma moradia mais digna e mais segura", finalizou o policial penal.
Embora o governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária, emita comunicados alertando aos servidores da Polícia Penal acerca de possíveis ataques do crime organizado e que [...] evitem se colocar em situação de vulnerabilidade e risco, tais afirmações não são efetivas quando levado em consideração que grande parte desses atentados ocorre nas residências ou no momento que os policiais estão chegando em suas casas.
Diante disso, a Associação dos Policiais Penais do Brasil (AGEPPEN-BRASIL), está cobrando do governador do Estado Helder Barbalho um Plano de Segurança e proteção à vida dos Policiais Penais, pois, mais de 20 atentados com 11 assassinatos de policiais penais já foram registrados nos últimos 9 meses, ou seja, em menos de um ano; e até o momento os policiais penais paraenses não receberam um plano eficaz do Estado que possa prevenir e impedir a matança de policiais penais no estado do Norte do País.
Basta de omissão! Os governos federal e estadual devem enfrentar e combater esses crimes, sobretudo os mandantes líderes de facção criminosa!
Fonte: JTNEWS