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Peru: Com 97% das urnas apuradas, Castillo mantém vantagem contra Keiko

O novo presidente tomará posse em 28 de julho; O Peru já teve quatro chefes de Estado desde 2018 e que registra a maior taxa de mortalidade do mundo pela pandemia

Foto: Cesar Bazan e Martin Mejia/AFP
Montagem mostra Keiko Fujimori e Pedro Castillo, candidatos à presidência do Peru

O candidato Pedro Castillo (Peru Livre) mantém vantagem sobre a candidata Keiko Fujimori (Força Popular) nas eleições presidenciais do Peru. Por volta das 9h (horário de Brasília), Castillo abriu margem de 124.991 votos (8.542.834 contra 8.417.843).

Foto: Cesar Bazan e Martin Mejia/AFP
Montagem mostra Keiko Fujimori e Pedro Castillo, candidatos à presidência do Peru

Cerca de 97% das urnas foram apuradas até o momento, segundo último boletim do ONPE (Escritório Nacional de Processos Eleitorais, na sigla em espanhol). Castillo tem 50,4% dos votos válidos, enquanto Fujimori tem 49,6%.

O novo presidente tomará posse em 28 de julho e comandará um país em crise, que teve quatro chefes de Estado desde 2018 e que registra a maior taxa de mortalidade do mundo pela pandemia, com mais de 185 mil mortes em uma população de 33 milhões de habitantes. Em 2020, o Peru registrou queda de mais de 11% no PIB (Produto Interno Bruto).

Candidata fala em 'fraude'

Ontem, Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano Alberto Fujimori, denunciou "irregularidades" e "indícios de fraude" na eleição. Há "uma série de irregularidades" e "indícios de fraude na mesa" de votação, afirmou a candidata em coletiva de imprensa. Ela liderava inicialmente o escrutínio, mas foi superada por Castillo com o início da contagem dos votos nas áreas rurais do país.

"Há uma clara intenção de boicotar a vontade popular", denunciou a filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori mostrando alguns vídeos e fotos para apoiar suas denúncias, entre elas a de um registro de votação de um posto rural onde Castillo obteve 187 votos e ela, nenhum.

Por sua vez, o partido Peru Libre de Castillo solicitou em comunicado que o ONPE (Escritório Nacional de Processos Eleitorais, responsável pela apuração eleitoral) "cuide da correta proteção dos dados eleitorais ao processá-los e publicá-los".

A missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos), que não mencionou irregularidades nas urnas, indicou nesta segunda-feira que "a contagem dos votos foi realizada de acordo com os procedimentos oficiais".

"Embora os cidadãos tenham dado o seu voto, o processo eleitoral continua" e a "conduta [dos candidatos] neste momento é crucial e decisiva para manter o clima de tranquilidade", afirmou o chefe da missão, o ex-chanceler paraguaio Rubén Ramírez, em vídeo postado no Twitter, no qual apoiou o trabalho das autoridades eleitorais peruanas.

Direita versus esquerda

Foto: Luka Gonzales/AFP
Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori e candidata à presidência do Peru em 2021

Keiko Fujimori pode ser a primeira presidente mulher do Peru, meta para a qual trabalha há 15 anos, desde que assumiu a missão de reconstruir praticamente das cinzas o movimento político de direita fundado por seu pai em 1990. Uma eventual derrota no segundo turno representaria o terceiro revés nas urnas e ela ainda teria que ir a julgamento com o risco de terminar na prisão.

A candidata é investigada pelo Ministério Público pelo caso de pagamentos ilegais da empresa brasileira Odebrecht, um escândalo que afetou quatro ex-presidentes peruanos. Keiko Fujimori ficou 16 meses em prisão preventiva por este caso.

Em caso de vitória, ela estabelecerá o precedente de ser a primeira mulher nas Américas a chegar ao poder seguindo os passos de seu pai.

Do outro lado está Pedro Castillo, que saiu do anonimato há quatro anos ao liderar uma greve de professores. Se eleito, seria o primeiro presidente sem vínculos com as elites política, econômica e cultural — ou o "primeiro presidente pobre do Peru", segundo definiu o analista Hugo Otero à AFP.

Fonte: JTNEWS com informações da UOL Noticias

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