A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola ordenou o fechamento de templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no país africano. A instituição brasileira é acusada de praticar crimes e virou alvo de processo penal na Justiça angolana.
Em nota publicada na última sexta-feira (14), o procurador-geral do país, Álvaro da Silva João, justificou a decisão: "Há indícios suficientes da prática de crimes como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, quebra de confiança e outros atos ilegais". Ao menos sete templos foram fechados pelas autoridades desde então, nas cidades de Luanda, Viana e Cazenga.
A Igreja Universal em Angola reagiu ao fechamento dos templos, em nota publicada em seu site, afirmando que "lamenta profundamente que a sua imagem, dos seus membros, obreiros, pastores e bispos estejam sendo manchadas, sem possibilidade de defesa".
"A IURD não pode conformar-se com esta acção, atendendo a que a mesma afronta, directamente, contra os direitos de liberdade religiosa, contidos na Lei sobre a Liberdade de Religião e de Culto, aprovada pela Lei n.º 12/19, de 14 de Maio, que, por sua vez, emergem dos princípios constitucionalmente reservados às instituições e confissões religiosas", afirma o comunicado.
A Igreja informou ainda que recorrerá judicialmente contra o que chamou de "arbitrariedades" da Procuradoria-Geral da República angolana. Funcionando no país africano desde 1992, a Universal vive um disputa de poder no país africano entre dois grupos.
De um lado estão brasileiros e angolanos ligados ao bispo Edir Macedo, fundador da instituição; do outro, pastores angolanos dissidentes comandados pelo bispo Valente Bezerra Luís.
O caso foi levado à esfera diplomática em julho, quando Jair Bolsonaro pediu ao presidente angolano, João Lourenço, garantias de proteção aos pastores brasileiros e ao patrimônio da Universal. Lourenço respondeu prometendo um "tratamento adequado" do caso na Justiça.
Fundada pelo bispo evangélico brasileiro Edir Macedo em 1977, a Igreja Universal afirma ter 8 milhões de fiéis no Brasil e está presente em pelo menos 12 nações africanas.
Fonte: Poder360