Na manhã desta quarta-feira (10/08), a Polícia Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) por meio de Policiais Penais Federais deflagraram a "Operação Anjos da Guarda", com o objetivo de desarticular o plano de resgate e fuga de líderes de organização criminosa presos em penitenciárias federais do Sistema Penitenciário Federal (SPF), que são administradas pelo Depen, localizadas em Brasília (DF) e em Porto Velho (RO).
Na Operação foram expedidos pela Justiça Federal 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão no DF e em dois estados: Distrito Federal (Brasília); Mato Grosso do Sul (Três Lagoas e Campo Grande) e São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente).
Participaram da operação 15 policiais penais federais e 80 policiais federais. A fim de viabilizar o plano, as lideranças criminosas fizeram uso de uma rede ilegal de comunicação por meio de advogados, que transmitiam e entregavam mensagens dos presos para criminosos fora da prisão envolvidos na tentativa de resgate e fuga.
Ao menos quatro advogados foram presos durante a operação, suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Para tanto, os investigados valiam-se dos atendimentos e das visitas em parlatório, usando códigos que remetiam a situações jurídicas que não existiam.
Uma das estratégias identificadas por policiais penais federais e por policiais federais para o provável resgate de presos foi o plano de sequestrar autoridades para trocá-las por presos e, ainda, atentar contra instalações do órgão para conseguir a soltura de criminosos presos nas penitenciárias federais.
As lideranças envolvidas ingressaram no SPF em fevereiro de 2019, justamente em decorrência da descoberta, pelas autoridades do estado de São Paulo, de plano de fuga que, à época, já estava em articulação por tais líderes, então custodiados na Penitenciária Estadual de Presidente Venceslau II. Ações de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional detectaram que as tratativas persistiram mesmo após o ingresso no SPF. O Depen passou a compartilhar informações com a Polícia Federal.
Através de uma atuação coordenada e especializada dos dois órgãos foi possível a compilação de elementos de prova suficientes para a identificação e agora a interrupção das ações criminosas. Esta ação demonstra a capacidade do Sistema Penitenciário Federal de isolar lideranças criminosas, identificar possíveis ameaças e de neutralizá-las, em atuação integrada com as demais forças de segurança pública da União.
Para o presidente da Associação dos Policiais Penais do Brasil (AGEPPEN-BRASIL), Jacinto Teles Coutinho, o combate ao crime organizado por meio dos Policiais Penais, notadamente no sistema penitenciário federal, pode ser muito mais eficaz se o presidente da República Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres se desvencilharem da omissão exacerbada com relação à Regulamentação da Polícia Penal, pois agora no final deste ano de 2022 fazem 3 anos de instituição da Polícia Penal no texto constitucional, por meio da Emenda 104/2019 e até o momento o governo federal não moveu uma “palha” para sua regulamentação, ao contrário, trabalha fortemente para a desvalorização da nova Polícia, a partir do momento que investe dinheiro público do BNDES para fomentar a privatização do sistema prisional, através de incentivo aos contratos de cogestão prisional, observou Jacinto Teles, representante da entidade nacional de defesa das prerrogativas policiais penais do Brasil.
Fonte: JTNEWS com informações do Depen