Saúde

"Presidente da Petrobrás está há 11 meses em casa, sem trabalhar", critica Bolsonaro

O presidente da empresa, Roberto Castello Branco, está trabalhando em home office desde março de 2020

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
O presidente Jair Bolsonaro

Após indicar o general da reserva Joaquim Silva e Luna para o comando da Petrobrás, Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta segunda-feira (22/02), o fato de o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, estar trabalhando em home office desde março de 2020, em razão da pandemia de COVID-19.

Foto: Sérgio Lima/Poder 360
O presidente Jair Bolsonaro

"O atual presidente da Petrobrás está há 11 meses em casa, sem trabalhar. Trabalha de forma remota. Agora o chefe tem que tá na frente, bem como seus diretores. Então isso pra mim é inadmissível", disse. "Ninguém quer perseguir servidor, muito pelo contrário, temos que valorizar os servidores, agora, o Petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil? Ninguém vai interferir na política de preços da Petrobrás", afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro negou que exista em curso uma interferência sua na Petrobrás, mas deixou clara a sua insatisfação com a política de preços adotada pela estatal. O mercado reagiu mal ao anúncio da troca de comando da empresa e as ações da estatal têm fote queda na Bolsa brasileira nesta segunda. 

Ao falar sobre a desejada troca na presidência da Petrobrás, Bolsonaro afirmou que a política adotada na estatal "só tem um viés" e que isso tem alegrado "alguns do mercado financeiro" por "atender os interesses próprios de alguns grupos". 

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco

"Não será reconduzido (Castello Branco). Qual o problema? É sinal que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés da Petrobrás, atender os interesses próprios de alguns grupos, nada mais além disso", disse Bolsonaro a apoiadores. Indicado para presidir a estatal, Silva e Luna disse ao Estadão/Broadcast acreditar que é necessário “equilibrar as atenções” entre os interesses de acionistas e investidores da empresa e os da sociedade.

"Falam em interferência minha. Baixou o preço do combustível? Foi anunciado 15% no diesel, 10% na gasolina. Baixou o percentual? Não está valendo o mesmo percentual? Como que houve interferência? O que eu quero da Petrobrás, exijo, é transparência e previsibilidade", disse.

Apesar de afirmar que "ninguém vai interferir" na política de preços da estatal, Bolsonaro questionou a metodologia de reajuste da Petrobrás, que, para ele, "precisa ser explicada". "Eu não consigo entender num prazo de duas semanas ter um reajuste no diesel em 15%. Não foi essa a avaliação do dólar lá fora, do dólar aqui dentro, nem do preço do barril lá fora. Então tem coisa aí que tem que ser explicada. Eu não peço não, exijo transparência de quem é subordinado meu. A Petrobrás não é diferente disso aí", disse Bolsonaro, que também contestou a política salarial do alto comando da petroleira. 

"Respeito a empresa, seus funcionários, seus servidores, mas queremos saber de números concretos do que acontece lá. Bem como a política salarial do presidente e seus diretores. Alguém sabe quanto ganha o presidente da Petrobrás? Alguém tem ideia? Chuta, bem alto. R$ 50 mil por semana? É mais do que isso por semana. Então, tem coisa que não está certo. Não quero que ele ganhe R$ 10 mil por mês também não. Tem que ser uma pessoa qualificada, mas não ter esse tipo de política salarial lá dentro", disse.

O presidente ainda disse que a Petrobrás, num estado de calamidade, "tem que olhar para outros objetivos também". "Ele (Silva e Luna) é um general, sim. E esteve à frente da Itaipu Binacional por dois anos. Saneou toda a empresa, só no ano passado investiu R$ 2,5 bilhões em obras. Dentre essas obras, duas pontes com o Paraguai. A extensão da pista de Foz do Iguaçu, que vai começar a receber voos internacionais, bem como atendeu mais de 20 municípios, com as mais variadas obras, isso não é eficiência?"

Fonte: Estadão Conteúdo

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