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Putin enfrenta uma oposição mais dura do que o esperado, dentro e fora da Ucrânia

Autoridades dos serviços de inteligência ocidental informaram repetidamente que as forças russas encontraram resistência "mais dura do que o esperado"

Foto: reprodução/Twitter
Putin ataca cidades da Ucrânia; Kiev fala em invasão total

Cinco dias depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, parece que as coisas não estão saindo exatamente como planejado pelo presidente Vladimir Putin até agora. Autoridades dos serviços de inteligência ocidental informaram repetidamente ao longo do fim de semana que as forças russas encontraram resistência “mais dura do que o esperado” de uma força armada ucraniana com menor contingente e armas.

Foto: reprodução/Twitter
Presidente Vladimir Putin

A Rússia não conseguiu, até agora, tomar cidades-chave em toda a Ucrânia, incluindo a capital Kiev. No último domingo (27/02), forças ucranianas repeliram com sucesso um avanço russo em um campo aéreo estratégico perto de Kharkiv, a segunda maior cidade do país, que tem estado sob ataque quase constante.

Além de uma resistência feroz de forças ucranianas e civis, a invasão russa sofreu desafios logísticos, com soldados na linha da frente ficando sem
combustível, munições e alimentos.

“Eles estão tendo problemas”, disse uma fonte da Otan a respeito das forças russas, apontando para dados novos da Inteligência da aliança. “Eles não têm diesel, eles estão avançando muito lentamente e a moral é obviamente um problema”.

Mas um alto funcionário da defesa dos EUA disse aos repórteres no domingo que a Rússia só usou dois terços do poder total de combate para executar a missão, deixando uma quantidade significativa de forças disponível para pressionar a ofensiva.

Na segunda-feira (28/02), um comboio de quilômetros de veículos militares russos avançava para Kiev enquanto a Inteligência do país também sugere que Belarus está preparada para aderir à invasão russa, de acordo com uma autoridade ucraniana.

Representantes da Ucrânia e da Rússia se reuniram na segunda-feira na fronteira bielorrussa. Nessas conversas, a Ucrânia insistirá num “cessar-
fogo imediato” e na retirada das tropas russas – embora, realisticamente, ninguém acredito que isso aconteça agora.

Putin, ao que parece, não apenas julgou erroneamente a capacidade da Ucrânia de se defender, como também não previu a dificuldade trazida pelo alinhamento da comunidade internacional contra a Rússia devido à invasão. Durante anos, o presidente russo enfrentou muito pouca resistência do Ocidente sobre a sua anexação ilegal da Crimeia – outro território na Ucrânia -, o seu apoio brutal ao regime sírio e atos de agressão noutros países.

Depois da anexação, e apesar de suas fortes palavras de condenação contra Putin e seu regime, os países ocidentais ainda compravam gás da Rússia, ofereciam um refúgio seguro aos oligarcas do país e mantinham relações diplomáticas relativamente normais com Moscou.

Mas, desta vez, apesar de algumas nações ocidentais serem acusadas de não “bater” suficientemente na Rússia, Putin enfrentou uma aliança ocidental totalmente unida. De sanções sem precedentes que já estão ferindo a economia russa aos cancelamentos de eventos esportivos, o status internacional de pária da Rússia torna-se mais agudo a cada hora.

A dor econômica só piorará à medida que o tempo passar. O rublo perdeu cerca de 20% do seu valor em relação ao dólar na tarde de segunda-feira (28), e o banco central de Rússia subiu as taxas de juros de 9,5% a 20%, uma movimentação que atinge os bolsos dos cidadãos russos.

Os mesmos cidadãos poderão em breve perguntar-nos por qual razão Putin está arriscando tanto por uma guerra que não precisava acontecer.

Naturalmente, as coisas são muito fluidas no local e podem mudar muito rapidamente. Há pouca esperança de que as conversas de segunda-feira (28) produzam uma desescalada, e ninguém espera que esta guerra termine no futuro imediato – seja pela força ou por acordo. Mas é provável que Putin, tendo chegado a este ponto, invista mais no ataque à Ucrânia nos próximos dias.

No entanto, à medida que a invasão entra na sua segunda semana, é impossível ignorar o fato de os planos mais bem estabelecidos de Putin terem sido recebidos com uma resistência mais firme do que ele – e muitos dos seus adversários – sequer imaginavam.

Fonte: CNN Brasil

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