A entrega da declaração do Imposto de Renda foi prorrogada até 31 de maio pela Receita Federal, com isso o contribuinte ganhou mais tempo para organizar os documentos e acertar as contas com o leão. No entanto, é importante que todos fiquem atentos para evitar erros na declaração.
O supervisor nacional do Programa do Imposto de Renda, José Carlos Fernandes da Fonseca, esclarece quais os principais erros cometidos pelos contribuintes no preenchimento das informações do IR.
Segundo Fonseca, grande parte dos erros podem ser resumidos pela “falta de atenção”. Ele explica que muitos contribuintes, no momento de digitar os valores dos documentos, “se enganam, invertendo números, adicionando um CPF ou CNPJ incorretos, ou colocando valores invertidos”.
Sendo assim, como se tratam de informações que serão confrontadas com dados de terceiros, esses erros geram divergências que, por sua vez, fazem com que a declaração fique retida e o contribuinte seja convocado a se justificar as diferenças.
Fonseca recomenda que a melhor coisa a ser feita é “o preenchimento com cautela, observando, com atenção, o comprovante de rendimentos, se determinada despesa médica é realmente daquele indivíduo, se os valores estão corretos, entre outros”.
Rendimentos anteriores
Muitas das declarações retidas ocorrem por informações incorretas. Entre os erros mais comuns nesse sentido, Fonseca menciona a ausência de rendimentos obtidos pelo próprio contribuinte no ano anterior.
“Em alguns casos, a pessoa trabalha em uma empresa a vida toda, então ela sempre se lembra de declarar os rendimentos recebidos ali. Mas se esquece de declarar rendimentos de algum outro trabalho freelancer que tenha feito naquele ano, por exemplo”.
Ele explica que essa falta de informação faz com que a declaração “caia em omissão de rendimentos” e, mais uma vez, o contribuinte terá de se justificar.
Rendimento de dependentes
Outro erro comum ocorre quando o contribuinte se esquece de informar rendimentos do próprio dependente, que também tenham sido obtidos no ano anterior.
Fonseca diz que muitos incluem os dependentes, mas se esquecem de trabalhos pontuais que aquele indivíduo realizou. “Essa situação é muito comum com filhos. Por exemplo, quando o adolescente fez algum estágio remunerado ou participa de algum programa, recebendo rendimentos”, explica.
Dedução de cursos extracurriculares
A dedução do imposto de renda é algo muito desejado por parte dos contribuintes. No entanto, nem todos os gastos se enquadram nas regras para a dedução. Um erro frequente entre é a tentativa de deduzir cursos extracurriculares.
“É muito comum tentar deduzir do imposto de renda os cursos de idiomas, cursos de artes, entre outros. Muitos que foram realizados durante a pandemia. Os cursos extracurriculares não podem ser utilizados para a dedução do IR, ainda que possam ser declarados”, diz o especialista.
Despesas de não contribuintes
Situações onde ocorre o uso de despesas que não são do contribuinte específico de determinada declaração também é um engano corriqueiro.
“O indivíduo decide pagar o plano de saúde de uma sobrinha. Nesse caso, ele não pode utilizar essa despesa como redução na declaração, visto que sua sobrinha não é uma dependente. Apenas despesas pessoais ou de dependentes podem ser utilizadas”, esclarece Fonseca.
Recomendação
Fonseca recomenda que os contribuintes usem a declaração pré-preenchida, uma novidade deste ano, que, segundo ele, traz praticidade e ajuda a evitar alguns erros de preenchimento.
“Aconselho utilizar a declaração pré-preenchida para evitar ter que digitar todos os dados, eles já virão todos preenchidos nesta modalidade. Isso fará com que eventuais equívocos com as informações ocorram”.
Fonte: CNN Brasil