O Ministério da Justiça quer aprovar nesta semana um projeto da Polícia Federal que vai reunir em um só lugar informações criminais de todo o país. Atualmente, 27 bancos de dados estão em poder dos estados e não se comunicam. Apenas alguns deles estão interligados com o da PF, o que dificulta o trabalho de identificação de autorias de crimes.
A proposta que está na mesa custará cerca de R$ 90 milhões aos cofres públicos, que devem ser custeados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública.
Atualmente a PF trabalha com uma base que conta com cerca de 23 milhões de pessoas cadastradas (alimentada por passaportes, crimes, registros de armas etc). O novo sistema permite chegar até 200 milhões, ou seja, toda a população brasileira.
Chamado Abis (Automated Biometric Identification System), o projeto foi levado pela Polícia Federal à Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), do Ministério da Justiça, que encampou a ideia. Nesta terça-feira (28), haverá uma apresentação aos secretários estaduais. O ministro André Mendonça deve participar.
Na quinta-feira (30), o conselho gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública precisa analisar e aprovar a proposta, já que vai custear a implementação do sistema. Depois, o processo vai para Mendonça, que precisa homologar a decisão do órgão.
A ideia de integração de bancos de dados tem pelo menos dez anos, mas nunca saiu do papel. Desta vez vai ser diferente, afirma o presidente do colégio de secretários estaduais, Cristiano Sampaio. O engajamento dos órgãos deu peso para o projeto, segundo ele.
Fonte: Folha de S. Paulo