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Trabalhador com Covid-19 pode se afastar por até 10 dias sem precisar de atestado médico

A portaria praticamente iguala o enquadramento de casos confirmados, casos suspeitos e os chamados contatantes, que são aqueles que tiveram contato com alguém contaminado

Foto: Wolfgang Rattay/Reuters
Teste de COVID-19

O Ministério do Trabalho e Previdência informou que o trabalhador com sintoma de Covid-19, com diagnóstico confirmado por teste ou que teve contato com alguém contaminado tem o direito de se afastar do trabalho presencial por até dez dias sem que precise apresentar atestado médico.

Foto: Wolfgang Rattay/Reuters
Teste de Covid-19

Apesar da garantia não está expressa na portaria 20, que trata das medidas de controle e prevenção à transmissão no ambiente de trabalho, o entendimento foi confirmado pelo Ministério. 

"Para o afastamento previsto na portaria não necessita de atestado. Contudo, se o trabalhador precisar ficar afastado por mais tempo (para além dos dez dias), o atestado se faz necessário", afirmou a pasta.

A portaria praticamente iguala o enquadramento de casos confirmados, casos suspeitos e os chamados contatantes, que são aqueles que tiveram contato com alguém contaminado. Todos podem ficar fora das atividades presenciais por um período entre sete e dez dias.

Esse contato pode ter sido em casa, quando alguém do mesmo núcleo familiar pega o vírus, ou no trabalho, quando as duas pessoas, a com Covid e a com suspeita, ficaram no mesmo ambiente por mais de 15 minutos, a menos de um metro de distância, sem máscara ou com proteção inadequada, tiveram contato físico direto, ou dividiram o mesmo transporte.

Ao igualar as três situações, a portaria do governo garante a todos o mesmo tratamento, que é o direito ao afastamento sem a obrigação de ter o atestado.

No caso do diagnóstico confirmado por teste, advogados vêm recomendando que as empresas se protejam e só permitam que o empregado continue trabalhando se ele manifestar essa vontade. O empregador não pode exigir a continuidade do trabalho.

Na última quinta-feira (27/01), o desembargador do trabalho Francisco Alberto Giordani, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) mandou os Correios na região de Campinas afastarem os trabalhadores que tiveram contato com colegas contaminados por um período de sete a dez dias.

O desembargador afirmou que a dispensa do trabalho presencial deve ocorrer a partir da comprovação do contato com o contaminado, e destacou que o atestado médico é inviável para os contatantes. Sem sintomas, não haveria o que ser atestado pelos serviços médicos.

Seja no caso dos funcionários dos Correios, que conseguiram a liminar, seja para dos demais trabalhadores, quando o trabalho remoto não foi viável, o empregado ficará afastado sem trabalhar, e não poderá ter o desconto dos dias.

Entenda os prazos

Com diagnóstico de Covid:

- O teste vale como prova inicial da contaminação;

- Ele já vinha sendo considerado equivalente ao atestado;

- O afastamento de dez dias começa a ser contado no dia seguinte à realização do teste;

Se tiver atestado:

- Vale o número de dias indicado pelo médico, seja ele superior ou inferior a dez dias;

Retorno antecipado:

- O funcionário pode retornar ao trabalho presencial no 8º dia de afastamento;

- O retorno dependerá de ele não ter febre por 24 horas seguidas, sem o uso de antitérmicos;

- Os sintomas respiratórios também precisam estar mais leves do que nos primeiros dias;

Trabalhando ou não:

- A portaria prevê o afastamento do trabalho presencial

- Quem puder continuar trabalhando de maneira remota segue trabalhando

- Isso não vale para casos mais graves, que demandam atendimento e orientação médica

Com sintomas de Covid:

É considerado trabalhador com síndrome gripal quem tiver pelos menos dois sintomas:

- febre (mesmo quando aferida em casa)

- tosse

- dificuldade respiratória

- distúrbios olfativos e gustativos

- calafrios

- dor de garganta e de cabeça

- corisa

- diarreia

Afastamento:

- O trabalhador com esses sintomas tem o direito de ficar afastado por dez dias;

- O prazo começa no dia seguinte à manifestação dos sintomas;

- Se ele não for ao médico, o afastamento poderá ser reduzido para sete dias;

- O retorno no oitavo dia dependerá de ele não ter febre por 24 horas seguidas, sem o uso de antitérmicos;

- Os sintomas respiratórios também precisam estar mais leves do que nos primeiros dias;

Teve contato com alguém contaminado:

A portaria prevê alguns critérios para quem teve contato com uma pessoa com Covid:

- teve contato por mais de 15 minutos, a menos de um metro de distância, com um caso confirmado, sem máscara facial ou com a máscara usada de maneira incorreta;

- teve um contato físico direto, como aperto de mãos, abraços ou outros tipos de contato com caso confirmado;

- ficou a menos de um metro de distância durante transporte por mais de 15 minutos;

- compartilhou o mesmo ambiente domiciliar com um caso confirmado, incluídos dormitórios e alojamentos;

Intervalo de contato:

- São suspeitos os contatos ocorridos entre dois dias antes e dez dias depois dos sintomas do colega ou pessoa da família;

- Essas pessoas, mesmo que não tenham sintomas, são consideradas suspeitas de contaminação;

Afastamento:

- Deve ser de dez dias, contados do último contato com a pessoa contaminada;

- O afastamento pode ser reduzido para sete dias;

- Para isso, a empresa deve pagar um teste de Covid a partir do quinto dia de afastamento.

Se o teste der negativo, o trabalhador pode retornar no oitavo dia ao trabalho presencial. 

Fonte: JTNEWS com informações da Folha de S.Paulo

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