Um grupo de ex-funcionários da empresa de transporte coletivo Dois Irmãos, que encerrou suas atividades em 2020, está mobilizado em busca de justiça. Após cinco anos de espera e uma batalha judicial já vencida, os trabalhadores ainda não receberam suas verbas rescisórias e denunciam um esquema de desvio de patrimônio da antiga empresa.
Os manifestantes se reuniram em frente à garagem da Dois Irmãos, em Timon - MA, para cobrar explicações. Entre os relatos, o que mais causa indignação é a informação de que a empresa teria sido lacrada pela Justiça na época do fechamento, ficando sob a responsabilidade de um interventor judicial. No entanto, durante os últimos cinco anos, diversos bens (que poderiam ser vendidos para garantir o pagamento dos trabalhadores) foram retirados misteriosamente do local.
Francisco foi funcionário da Dois Irmãos e denuncia não saber quando receberá seus direitos. “Desde 2020, estamos aguardando uma solução. A empresa fechou sem dar explicações e deixou a gente na mão. O interventor lacrou a porta da garagem e ficou com a chave no bolso. Mas, mesmo assim, o proprietário teve acesso ao local e retirou equipamentos, peças e máquinas durante todos esses anos”, revelou.
As suspeitas de fraude vão além. Os trabalhadores afirmam que o proprietário da Dois Irmãos abriu uma nova empresa de transporte em Teresina, utilizando o mesmo CPF e recursos desviados da antiga empresa. Enquanto isso, os ex-funcionários seguem sem receber. “Como pode a empresa fechar as portas aqui, abrir outra em Teresina e dizer que não tem dinheiro para pagar o que deve?”, questiona Francisco.
Testemunhas e registros fotográficos comprovam a retirada de bens do local, mesmo com a garagem sob a custódia da Justiça. Segundo os trabalhadores, somente algumas sucatas de ônibus permanecem no local, pois não puderam ser retiradas devido à documentação vinculada ao DETRAN.
“Quando a garagem foi lacrada, a Justiça foi informada sobre tudo o que existia lá dentro. Equipamentos de oficina, bombas e outros itens estavam sob proteção judicial. Mesmo assim, foram retirados aos poucos. Esses bens poderiam ter sido vendidos para pagar nossas rescisões”, denuncia outro ex-funcionário.
Os trabalhadores agora se preparam para levar novas provas à Justiça e exigir explicações sobre a atuação do interventor e o destino do patrimônio da empresa. “Queremos que o dono da empresa e a Justiça se pronunciem. Não é possível que, após cinco anos, a gente ainda esteja sem resposta. Existe patrimônio para pagar o que nos devem, e o silêncio das autoridades é revoltante. Nós não vamos parar até que a justiça seja feita. Queremos justiça", concluem.
Fonte: JTNEWS