Em um encontro realizado na sexta-feira (26) em Mar-a-Lago, o ex-presidente Donald Trump advertiu o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que uma eventual derrota do Partido Republicano nas próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos poderia levar à Terceira Guerra Mundial. Trump, que se reuniu com Netanyahu em seu resort na Flórida, afirmou que a atual escalada das tensões globais, incluindo a Guerra na Ucrânia e a ocupação israelense da Faixa de Gaza, são resultado da "incompetência" da administração Biden.
Durante o encontro, Trump também aproveitou para criticar a vice-presidente americana, Kamala Harris, por suas declarações sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza. Kamala, que se reuniu com Netanyahu em Washington na quinta-feira (25), afirmou que não ficaria em silêncio sobre a situação crítica dos palestinos. "Israel tem o direito de se defender. Mas como isso é feito importa. Deixei claras minhas grandes preocupações com a gravidade da situação lá", disse Kamala a jornalistas. Trump considerou os comentários "desrespeitosos" e questionou como "uma pessoa que é judia poderia votar nela", referindo-se ao fato de que o marido de Kamala, Douglas Emhoff, é judeu.
As declarações de Trump durante o encontro refletem suas tentativas de reforçar o apoio entre os eleitores evangélicos brancos, uma base que tem mostrado sinais de enfraquecimento desde 2020. Para Netanyahu, a reunião com Trump pode ser uma aposta em um cessar-fogo mais favorável a Israel e em um possível acordo de normalização com a Arábia Saudita, caso o republicano vença as eleições.
Netanyahu compartilhou uma foto ao lado de Trump nas redes sociais, segurando um boné com as palavras "vitória total", em referência à promessa de erradicar o Hamas de Gaza. A estratégia de Netanyahu de buscar um acordo de normalização com a Arábia Saudita segue os passos dos Acordos de Abraão, intermediados por Trump, que resultaram na normalização das relações de Israel com quatro países árabes: Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão.
A relação entre Trump e Netanyahu havia esfriado após o líder israelense parabenizar Biden por sua vitória nas eleições de 2020, uma ação que Trump considerou uma traição. Recentemente, Trump também criticou Netanyahu pelas falhas de segurança durante a incursão do Hamas ao sul de Israel em outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos e foi o estopim para a ocupação israelense em Gaza. Contudo, Trump negou quaisquer tensões com Netanyahu durante a reunião desta sexta, afirmando que sempre mantiveram uma "ótima relação".
Esta foi a primeira viagem oficial de Netanyahu aos Estados Unidos desde que ele voltou ao cargo de primeiro-ministro em dezembro de 2022. Além de se encontrar com Trump e Kamala Harris, Netanyahu também se reuniu com o presidente Biden e discursou no Congresso americano. Sua visita ocorre em meio a grandes reviravoltas políticas em Washington, incluindo uma tentativa de assassinato de Trump em um comício e o anúncio da desistência de Biden na corrida presidencial, consolidando Kamala Harris como a principal candidata democrata.
Fonte: JTNEWS com informações da Folha de S.Paulo