Rômulo Plácido

Defensor Público Federal, Defensor Público Geral da União-DPU de 2009-2011, bacharelou-se em Direito pela UFPI em 1995. É conselheiro penitenciário do Piauí.
Defensor Público Federal, Defensor Público Geral da União-DPU de 2009-2011, bacharelou-se em Direito pela UFPI em 1995. É conselheiro penitenciário do Piauí.

A Privatização em alguns casos pode melhorar os Serviços Públicos; por Rômulo Plácido

A Equatorial Piauí contraiu empréstimo de R$ 300 milhões no Canadá junto ao Banco SCOTIABANK para investimento na Companhia, hoje, piauiense.

A chamada privatização da prestação de alguns serviços públicos, sobretudo daqueles que exigem investimentos de grande vulto, são absolutamente necessários ao desenvolvimento econômico.

Foto: Kayo Coutinho/JTNewsEquatorial
Equatorial Piauí consegue R$ 300 milhões para investimento no Piauí

Por um longo tempo, a antiga CEPISA – Centrais Elétricas do Piauí foi objeto da gananciosa e desastrosa administração de políticos locais.

A estatal foi objeto ao longo dos anos de um elevado processo de deterioração de seus equipamentos, sendo recorrentes as “faltas de energia” e as “oscilações de corrente” que tantos prejuízos causaram a nossa economia, como a “queima” de equipamentos e o “apodrecimento” de gêneros alimentícios frios em grande escala, sem falar na falta de energia para instalação de indústrias e outros equipamentos da modernidade.

A privatização do setor elétrico sempre foi objeto de forte resistência dos setores corporativos capitaneados pelo poderoso Sindicato dos Urbanitários que procurava “inculcar” na sociedade de que a prestação dos serviços iria piorar e as tarifas seriam elevadas.

A preocupação desses setores corporativos era, naturalmente, muito maior com os seus próprios benefícios salariais e com a sua garantia de estabilidade no emprego de que com a melhoria da prestação dos serviços.

A resistência dos empregados públicos do setor se somava à ganância e aos interesses “patrimonialista” dos políticos em utilizar a estatal CEPISA como cabide de empregos de apaniguados e até fonte “inesgotável” de recursos para utilização em campanhas eleitorais e demais compromissos de cunho pessoal e familiares.

Contudo, o agravamento da situação econômica da companhia local de energia elétrica foi se tornando insustentável. Os equipamentos necessários à prestação dos serviços foram se tornando cada dia mais e mais obsoletos e sucateados, sendo que, por seu turno, com a natural evolução do Estado do Piauí, os investimentos necessários para ampliação da prestação dos serviços de fornecimento de energia para atender a novas demandas de mais residências e mais estabelecimentos empresariais (comércio e indústria) tornou a situação dia-a-dia mais insustentável.

O Estado não tinha condições de realizar os novos investimentos e nem sequer de manter funcionando o parque de equipamentos já antigo e sucateado, o que impôs a “privatização” sob a complacência da sociedade que não mais aguentava as mazelas na prestação dos serviços de fornecimento de energia elétrica.

Já em agonia, a CEPISA foi submetida a um longo processo de “privatização” que, ao final, culminou na concessão outorgada à EQUATORIAL.

A nova concessionária herdou um passivo enorme, decorrente de décadas de descontrole, abusos, malversação e falta de investimentos.

As tarifas de energia até aqui não sofreram nenhum sobressalto avassalador e nem tampouco a prestação dos serviços foi piorada com a nova concessionária, comparativamente à situação anterior, como apregoavam “os profetas do apocalipse”.

Não verifiquei nenhuma notícia nos órgãos de imprensa local relatando o recente empréstimo da Equatorial Piauí de R$ 300.000,00 (trezentos milhões de reais), contratado no Canadá junto ao banco SCOTIABANK, para investimentos na companhia local de energia elétrica, o que pode ser considerado um evento bastante alvissareiro para o fornecimento de energia elétrica mais que imprescindível ao crescimento econômico do Estado e em consequência para a evolução econômica do Piauí.

Em nenhuma hipótese, qualquer banqueiro internacional iria realizar um contrato financeiro desse vulto a uma empresa estatal falida, como era o caso da CEPISA, razão pela, se vencedores, os políticos e setores corporativos organizados, que tanto atrasaram e ainda atrasam o Estado do Piauí, estes segmentos manteriam uma área vital da economia em completo sucateamento apenas para atender os interesses egoísticos de um minoritário setor da sociedade piauiense em detrimento da maioria.

Esse é apenas um fato emblemático que merece uma reflexão abalizada e uma mudança de postura daqueles que são a final os verdadeiros responsáveis pelo desenvolvimento do Piauí: os eleitores!

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