Rômulo Plácido

Defensor Público Federal, Defensor Público Geral da União-DPU de 2009-2011, bacharelou-se em Direito pela UFPI em 1995. É conselheiro penitenciário do Piauí.
Defensor Público Federal, Defensor Público Geral da União-DPU de 2009-2011, bacharelou-se em Direito pela UFPI em 1995. É conselheiro penitenciário do Piauí.

A rainha da Inglaterra do besteirol!

O país necessita de reforço na agenda econômica, e o prestígio que Bolsonaro detém a partir dos quase 58 mi de votos precisam ser melhor empregados

O presidente Bolsonaro, por absoluto despreparo para a gestão governamental e em face de sua completa falta de vocação para estadista, ocupa-se, com as suas crias, a perturbar os trabalhos da Polícia Federal e também da Receita Federal do Brasil, a determinar o desmonte de radares em rodovias, a expulsar deputado federal do seu PSL por razões pessoais, a falar sandices sobre meio ambiente bem como acerca de outros temas que desconhece e, nas horas vagas, volta-se para o twitter a fim de hostilizar e provocar adversários (reais ou imaginários).

Foto: Ueslei Mercelino/ReutersBolsonaro precisa governar para melhorar o País e desacreditá-lo
Bolsonaro e Paulo Guedes trilham caminhos que parecem opostos

Por outro lado, o ministro Paulo Guedes aplica com absoluto esmero a sua agenda liberal que, se contasse com o apoio decisivo do presidente da República, atingiria mais rapidamente os objetivos de melhorar a situação econômica do Brasil.

A Reforma da Previdência foi tocada, no âmbito da Câmara dos Deputados, por meio de interlocução entre Guedes e o presidente Rodrigo Maia, sendo uma construção que contou com pouca ajuda do presidente Bolsonaro que, na verdade, até chegou a dificultar a tramitação da PEC com sua postura de confronto com o que chama de velha política.

O presidente Bolsonaro distrai a população com suas bravatas e histrionismos para o delírio de sua seita fanática de apoiadores enquanto o país vê a sua economia deteriorar-se e o desemprego aumentar de vulto a cada dia.

É bem verdade que o déficit fiscal e a crise econômica são frutos colhidos das administrações passadas, sobretudo do “poste” que o ex-Presidente Lula ungiu presidenta do Brasil, mas, apesar dessa constatação, o fato é que a economia não vai deslanchar porque o presidente da República continua a praguejar "o PT e todos os comunistas".

A circunstância da Reforma da Previdência ter avançado no Congresso Nacional e as privatizações terem ganho terreno a partir da desestatização da BR Distribuidora não significa que a velocidade de transformações seja a necessária para retirar o Brasil do caminho do caos antes que sobrevenha uma crise global que alguns já desenham no horizonte próximo.

A legitimidade e o prestígio que o presidente Bolsonaro detém a partir dos seus quase 58 milhões de votos precisam ser melhor empregados.

O país necessita urgentemente de acelerar um projeto de salvação econômica, seja aquele pregado pela cartilha liberal ou outro qualquer, o que não se admite é que o presidente da República se ocupe de questões de menor importância para a Nação e para o futuro de seu próprio governo, como a indicação do filho como embaixador em Washington ou a nomeação do Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Os dias passam e o presidente da República aposta na bipolaridade entre bolsonaristas e petistas, como se a disputa entre seitas ideológicas conduzisse a uma melhoria de vida dos cidadãos comuns que necessitam de empregos, moradia, saúde e educação.

Até quando nós que desejamos um Brasil mais social e economicamente desenvolvido seremos obrigados a ter que assistir perplexos a um besteirol contraproducente e que não condiz com as elevadas funções de um chefe de Estado e de Governo!?

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