Silvio Barbosa

Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.
Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.

Bolsonaro errou feio: o Piauí, não é, de jeito nenhum, o mais pobre do Brasil!

Mas, então, por que nos atacar com uma fake news?

Todos devem se lembrar quando, no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro, que deve representar igualmente todos os estados e regiões da federação, se referiu aos governadores nordestinos como “paraíbas”. É um termo pejorativo, depreciativo, genericamente usado no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro fixou residência, para identificar os migrantes nordestinos que ajudaram a construir a riqueza local, tanto fluminense (estado), quanto carioca (cidade).

E agora, 2020 mal começando, mais um ataque, desta vez não a todo o Nordeste, mas especificamente ao Piauí, governado por Wellington Dias, do PT. Sem mais nem menos, Bolsonaro demonstrou profunda ignorância sobre os dados oficiais do próprio país que governa e disse, em suas redes sociais, que “o Piauí é o estado mais pobre do Brasil. O penúltimo é o Maranhão... acho que o Piauí é o mais pobre sim.”

Foto: Cidade VerdeFoto da página do Presidente Jair Bolsonaro no Facebook
Foto da página do Presidente Jair Bolsonaro no Facebook

Quem joga luz sobre a inverdade do presidente é o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão oficial responsável por, a cada dez anos, recensear esse imenso país, coletando dados do Oiapoque ao Chuí, para dizer quantos somos, onde vivemos, dados sociais, econômicos, enfim, para traçar o perfil completo desses Brasis tão plurais.

E o que diz o IBGE sobre o Piauí? Diz o que pode ser consultado em qualquer pesquisa rápida e simples pela Internet, dessas que uma criança pode fazer: o Piauí melhorou muito seus indicadores sociais nas últimas décadas e, hoje, há oito estados com mais pobreza.

A lista dos mais pobres abre com nosso vizinho, o Maranhão, vindo depois Alagoas, Amapá, Amazonas, Pará, Sergipe, Bahia e Ceará. Portanto, o Piauí, muito ao contrário do que afirmou o presidente Bolsonaro é, estatisticamente, o oitavo estado com maior percentual de habitantes vivendo na pobreza.

Mas, se esses dados são oficiais, para que, então, espalhar fake news, a informação falsa, que é assimilada facilmente por quem não tem vontade de fazer uma simples checagem na Internet?

A resposta, diante da sucessão de ataques, parece ser a de que o presidente não superou o resultado das urnas, que, conforme o site da Justiça Eleitoral nos relembra, mostra que ele perdeu em todos os estados nordestinos, mais o Pará.

Esquecendo, isso sim, que deve governar para todos, vez ou outra Bolsonaro destila veneno contra quem torce e se esforça para tirar esse país da horrível crise econômica. Presidente, esqueça as ideologias e trabalhe por todo o Brasil, sem mais ofensas regionalistas!

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