Silvio Barbosa

Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.
Professor concursado do Curso de Comunicação Social da UFPI, campus Teresina. Doutor em Comunicação e Mestre em Filosofia do Direito é advogado e jornalista, com 24 anos de experiência de mercado, tendo trabalhado em empresas como Rede CBS (Estados Unidos), Globo, Bandeirantes, Record e TV Cultura. Autor dos livros TV e Cidadania (2010) e Imprensa e Censura (no prelo) e dos documentários Vale do rio de lama - no rastro da destruição, e Sergio Vieira de Mello, um brasileiro em busca da paz no mundo.

Golpe? O dia em que a democracia mais antiga do mundo balançou!

A invasão do Congresso aproxima o país da conturbada América Latina

Foi absolutamente inesperado, improvável e chocante para quem conhece a história dos Estados Unidos, país que elege presidentes democraticamente desde que ficou independente da Inglaterra, há 240 anos, no distante Século 18. Nem a Guerra Civil, no Século 19, nem as duas guerras mundiais do Século 20 interromperam essa sequência institucional em que o presidente eleito é confirmado numa sessão no Congresso Nacional, na capital, Washington.

Mas nesta quarta-feira (05 de janeiro), extraordinariamente, a sessão foi interrompida, à força, por manifestantes de extrema-direita, incentivados, horas antes, pelo próprio presidente Trump, que perdeu a disputa pela reeleição em novembro do ano passado.

Foto: Imagem GlobonewsExtremistas atacam a imprensa na frente do Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos
Extremistas atacam a imprensa na frente do Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos

Homens brancos, portando roupas camufladas e bandeiras extremistas e racistas, invadiram o prédio do Capitólio, onde os congressistas se reuniam. Os manifestantes conseguiram interromper a sessão, meramente burocrática, de anúncio do nome do candidato vitorioso, o democrata Joe Biden.

Um congressista, chocado com a invasão, disse que os Estados Unidos viraram uma “Banana Republic”, uma República das Bananas, termo historicamente usado para se referir às muitas ditaduras latino-americanas dos séculos 19 e 20.

Trump incentivou a invasão do Congresso por que insiste que é o vencedor, apesar da resposta das urnas, dos votos dos delegados estaduais e da Justiça dizerem o óbvio: Biden venceu. E apesar da invasão ao Congresso, venceu de novo hoje com o resultado da eleição tardia no conservador estado da Geórgia. As duas cadeiras para o Senado foram conquistadas pelo Partido Democrata, o que vai garantir a Biden a maioria simples no Senado Federal, controlando as duas Casas Legislativas.

Líderes mundiais condenaram a invasão do Congresso Norte-Americano como um ato de desespero dos seguidores de Trump, alimentados diariamente pelas Fake News, por mentiras absurdas, teorias conspiratórias, coisas que vemos também circularem aqui pelas redes sociais no Brasil.

O ato de violência no Congresso alimenta o extremismo dos apoiadores de Trump, mas o enfraquece dentro de seu partido, o Republicano. Deputados e Senadores republicanos tem se mostrado indignados com a invasão.

A divisão entre os republicanos pode render votos dissidentes de apoio aos projetos do novo presidente Joe Biden. Mas a notícia positiva termina aí. Biden vai assumir um país absolutamente dividido, com um inimigo interno ideologizado, de extrema-direita, capaz de cometer atos de violência. Neutralizar essas milícias será a principal missão do novo presidente dos Estados Unidos.

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