A CPI da COVID cobrará explicações do governo federal, da prefeitura e do governo do Rio de Janeiro sobre a aglomeração liderada por Jair Bolsonaro. A cúpula da comissão também acertou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, serão reconvocados a depor.
As decisões foram tomadas em reunião no domingo (23/05), pelo grupo majoritário da CPI. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), classificou a aglomeração como "estupidez".
"É inacreditável ficar passeando de moto num momento em que país perdeu 450 mil vidas. É uma estupidez, as imagens falam por si." O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reputou os acontecimentos como um desrespeito. "É um acinte à memória das quase 450 mil vítimas da COVID-19 e às suas famílias enlutadas."
Além de Pazuello e Queiroga, senadores que integram a CPI da Pandemia querem convocar o advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República, para prestar esclarecimentos sobre a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.
Em discurso de agosto de 2020 no Palácio do Planalto e em lives nas redes sociais, Weintraub deu indicações de que pode ter coordenado o grupo, que teria influenciado decisões do governo no combate à doença. Os vídeos foram reunidos e divulgados neste sábado, 22, pelo portal Metrópoles.
Os requerimentos de convocação foram protocolados pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE). Como o advogado mora hoje nos Estados Unidos, onde atua como representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), o depoimento poderá ser feito por videoconferência. A convocação ainda precisa ser aprovada pela comissão.
Citação
A existência de um "ministério paralelo" foi citada pelos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Segundo eles, esse grupo era contrário às orientações do Ministério da Saúde, mas tinha as recomendações acompanhadas por Bolsonaro na tomada de decisão sobre a pandemia, inclusive na prescrição de cloroquina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a COVID-19.
Em seu depoimento à CPI, Mandetta citou uma tentativa de colocar, via decreto presidencial, a prescrição para COVID-19 na bula da cloroquina.
O senador Humberto Costa justificou o requerimento: "Vamos convocar Arthur Weintraub. Esse gabinete paralelo, que operou nas sombras e nos trouxe a essa tragédia que vivemos, está vindo à luz com os atos que cometeu. Isso precisa ser esclarecido pelos seus responsáveis diante da CPI", disse o parlamentar.
Fonte: JTNEWS com informações da Agência Brasil