O senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos governistas na CPI da COVID, disse que o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da Comissão "está pronto". Por isso, seria "impossível", na visão dele, que a narrativa do governo seja considerada ao final dos trabalhos, que visam apurar possíveis omissões do governo no combate à pandemia.
"O relatório está pronto. É um relatório que tenta única e exclusivamente atingir a pessoa do presidente da República, criminalizar o governo", disse, em entrevista à CNN Brasil na noite de hoje.
No entanto, para Ciro Nogueira, o mais importante na CPI não é o relatório e, sim, ter "a opinião publica e a verdade do nosso lado". Segundo ele, quem "analisa friamente" está vendo que "todas essas narrativas de ataque ao governo estão caindo por terra".
Questionado se a dificuldade de convencer a população sobre a narrativa do governo estaria sendo refletida em pesquisas, o senador disse que não. Para ele, a reprovação da condução do presidente da República na pandemia tem mais a ver com "frases mal colocadas".
"Um dos países que mais vacina no mundo é o nosso. Até o final do ano estaremos com toda população imunizada, a frente de muitos países. E eu não tenho duvida que a população brasileira, quando estiver totalmente imunizada, vai reconhecer o trabalho do presidente Bolsonaro", opinou.
Atualmente com a missão de tentar defender os interesses do governo na CPI, Ciro Nogueira chegou a usar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para se reeleger ao Senado em 2018. Em um vídeo, ele repete por várias vezes a expressão "sou Lula". Integrante da chamada "tropa de choque" de Bolsonaro, o senador não tem sido unanimidade entre bolsonaristas sobre sua atuação na Comissão.
Embate entre Flávio Bolsonaro e Renan Calheiros
O senador ainda falou sobre o embate entre Renan Calheiros e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o qual classificou como "deplorável em todos os aspectos". Para Ciro Nogueira, o filho do presidente errou na escolha do vocabulário.
"Mas muito pior foi a atitude do senador Renan Calheiros de querer prender um cidadão porque as respostas dele não estavam coincidindo com uma matéria de revista", disse. Atitude essa, segundo ele, motivada porque o relator foi contrariado nas expectativas do depoimento.
Ontem, o filho do presidente foi à CPI da COVID para defender o ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações Fabio Wajngarten, que prestava depoimento. Ele chamou de "vagabundo" o relator da comissão. Hoje, Calheiros disse que Flávio compareceu à sessão para "ofender e escrachar".
Fonte: JTNEWS com informações da UOL