A Secretária de Saúde de Massapê do Piauí, Maria Lúcia de Carvalho, proferiu uma declaração extremamente polêmica e alarmante, que está causando repercussão negativa nas redes sociais. A frase é, no mínimo, temerária: "Pão comido não é lembrado! Para alguns, a lei do retorno é rápida. Vejo tanta gente mal-agradecida que não sabe por que vive na miséria."
Essa declaração, por si só, já seria considerada ofensiva e insensível se proferida por qualquer cidadão comum. Porém, quando vem de uma gestora pública, a situação se agrava exponencialmente. A comunidade de Massapê do Piauí, que depende dos serviços de saúde, educação, consultas, remédios e outros serviços essenciais, merece respeito e uma postura de empatia por parte daqueles que ocupam cargos de poder.
A Constituição Federal garante aos cidadãos o direito à saúde, educação e assistência social, direitos que devem ser assegurados pelo poder público em todas as esferas – municipal, estadual e federal. A questão que se coloca é: a Prefeitura de Massapê do Piauí está cumprindo sua obrigação constitucional ou está tratando esses direitos como favores políticos?
Ao afirmar que “tem gente que reclama da saúde de Massapê, mas se serve dela diariamente com remédios, exames e consultas”, a secretária Maria Lúcia de Carvalho parece insinuar que os serviços básicos oferecidos à população são uma concessão generosa, e não um dever do Estado. Isso levanta uma série de questionamentos sobre a natureza do trabalho da administração pública municipal.
É imprescindível questionar se a atual gestão está trabalhando para todos os munícipes, independentemente de sua filiação política, ou se os serviços públicos estão sendo oferecidos apenas àqueles que possuem ligações políticas com os gestores no poder. Em um momento em que a transparência e a imparcialidade deveriam ser as marcas da administração pública, a declaração da secretária gera dúvidas sobre a real intenção por trás dos serviços prestados.
A população de Massapê do Piauí tem o direito de exigir que seus governantes cumpram com suas obrigações de maneira justa e igualitária, sem tratar o acesso aos serviços essenciais como moeda de troca política. Qualquer atitude que desvirtue esse princípio é não apenas lamentável, mas inaceitável.
O JTNEWS entrou em contato com a Secretária de Saúde de Massapê do Piauí, Maria Lúcia de Carvalho, para obter esclarecimentos sobre a declaração, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para que a gestora apresente sua posição sobre o assunto.
Fonte: JTNEWS