Antes de ser alvo da PF, Marcos do Val divulgou documentos da Abin

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), alvo de uma operação de busca e apreensão nessa quinta-feira (15/6), publicou nas redes sociais, nessa segunda (12/6), o que seria um relatório da Agência Brasileira de Inteligência [ABIN] enviado ao Congresso Nacional com informes disparados via WhatsApp sobre os atos de 8 de janeiro.

Foto: Reprodução/ internet

Senador Marcos do Val (Podemos-ES)

Na publicação, ele também fazia acusações contra o presidente Lula (PT), ministros de Estado e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A divulgação de supostos documentos sigilosos seria um dos motivos para a deflagração da operação dessa quinta. Agentes da PF vasculharam o gabinete de Do Val no Senado e endereços do senador no Espírito Santo, sua base eleitoral. As diligências foram autorizadas por Moraes, que rejeitou, porém, um pedido da corporação pela prisão do parlamentar. Equipamentos eletrônicos de Marcos do Val, como seu celular, foram apreendidos na ação.

Em entrevista à GloboNews no início da noite dessa de (15/6), Marcos do Val alegou que Moraes teria se sentido "afrontado" diante de sua tentativa de convocá-lo à CPMI do 8 de janeiro, da qual o senador é membro titular.

Pouco depois de a ação da PF ser deflagrada, o perfil do bolsonarista em uma rede social foi retirada do ar e apresentou aos usuários a seguinte mensagem: "A conta foi retirada no Brasil em resposta a uma demanda legal".

Em fevereiro, Moraes determinou a abertura de uma apuração contra Do Val, diante das afirmações de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) teriam participado de articulações sobre um golpe de Estado em 2022.

O magistrado considerou que, ante as diferentes versões apresentadas por Do Val, seria necessário investigar se ele cometeu os crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação.

A Polícia Federal se manifestou sobre o caso por meio de uma breve nota divulgada na tarde dessa quinta e informou ter cumprido três mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF "em endereços ligados a senador da República". As diligências foram realizadas em Brasília e na capital capixaba, Vitória.