Cinco regras de etiqueta respiratória que devemos manter, segundo especialistas

A etiqueta respiratória inclui uma série de ações que reduzem os riscos da transmissão da Covid-19 e de outras doenças como a gripe e resfriados

A pandemia da Covid-19 trouxe novos hábitos para sociedades em todo o mundo. O uso de máscaras em ambientes como o transporte público, comum em locais como a China e o Japão, passou a ser adotado por diversos países com o objetivo de conter a circulação do coronavírus.

Foto: Andre PennerPessoas com máscaras de proteção contra o Novos Coronavírus
Pessoas com máscaras de proteção contra a Covid-19

Além da proteção facial, reforçamos medidas de higiene como a lavagem das mãos, o uso de álcool gel e a limpeza de compras e produtos do supermercado. A etiqueta respiratória inclui uma série de ações que reduzem os riscos da transmissão da Covid-19 e de outras doenças como a gripe e resfriados.

“As medidas não farmacológicas foram fundamentais durante a pandemia até que a vacina surgisse. Só que elas ganharam uma conotação de restrição, ao mesmo tempo em que vivíamos medos e angústias. Dá para entender que todos tenhamos ficado ansiosos pela liberação dessas restrições”, diz a pesquisadora em saúde Chrystina Barros, membro do Comitê de Combate ao Coronavírus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os números de novos casos e mortes por Covid-19 vêm caindo desde o início do ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) –apesar de um aumento na semana passada em relação aos sete dias anteriores.

Com a melhoria dos indicadores na comparação com o ano passado, diversos países têm flexibilizado medidas de prevenção contra a Covid-19, como a desobrigação do uso de máscaras. No entanto, especialistas ressaltam que, apesar dos índices positivos, alguns hábitos adquiridos durante a pandemia devem ser mantidos, com o objetivo de reduzir a incidência das doenças respiratórias.

Utilizar máscara se estiver com sintomas respiratórios

O uso de máscaras deixou de ser obrigatório em todos os estados e no Distrito Federal. Uma das principais medidas de enfrentamento da pandemia, o item de proteção facial é uma barreira física que reduz as chances de espalhamento do vírus em um ambiente.

O médico infectologista Álvaro Furtado, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), avalia que o uso de máscara deve ser incorporado ao hábito, especialmente diante da manifestação de sintomas respiratórios.

“Quando a gente tem algum sintoma gripal ou respiratório deve começar a utilizar máscara até fazer o diagnóstico, para proteger as outras pessoas que estão à nossa volta”, diz Furtado.

Higienizar as mãos e objetos com regularidade

A lavagem das mãos com água e sabão com regularidade previne uma ampla gama de doenças além da Covid-19, incluindo resfriados [Especialistas explicam como diferenciar resfriado, gripe e Covid-19], conjuntivite, herpes, hepatite A e outras infecções causadas por vírus e bactérias.

O tempo mínimo ideal para a higienização completa das mãos é de pelo menos 20 segundos. O passo a passo (veja aqui) deve incluir a palma e o dorso das mãos e os espaços entre os dedos, além das unhas e a região dos pulsos.

Foto: GETTY IMAGESLavar as mãos segue sendo a principal medida para evitar o Coronavírus entre outras doenças
Lavar as mãos segue sendo a principal medida para evitar o Coronavírus entre outras doenças

“A higienização das mãos deve ser um hábito incorporado no nosso dia a dia: antes de se alimentar, ao chegar da rua, quando manipulamos alguma superfície desconhecida, ou mesmo quando há alguma sujeira nas mãos. Isso deve permanecer, incluindo o uso de álcool em gel”, diz o infectologista.

O álcool em gel deve ser utilizado como recurso adicional, quando não há possibilidade de lavar as mãos. Quando as mãos estiverem visivelmente sujas, deve-se procurar lavar com água e sabão.

O hábito de higienizar objetos de uso pessoal, como o celular e brinquedos infantis, também deve ser mantido.

“A higienização de mãos foi um hábito intensificado durante a pandemia que reduziu os casos de conjuntivite. Lavar as mãos é um hábito que tem que ser mantido sempre”, completa Chrystina.

Trabalhar de casa

Assim como as máscaras passaram a fazer parte do contexto do transporte público, os especialistas recomendam que o trabalho de casa, conhecido como home office, seja adotado diante de sintomas respiratórios.

Uma portaria dos ministérios da Saúde e do Trabalho e Previdência, publicada no dia 1º de março, flexibilizou o uso de máscaras nos locais de trabalho. A medida considerou os indicadores da pandemia no país e a desobrigação por estados e municípios da proteção facial em espaços abertos e fechados.

Foto: @purzlbaum (via Unsplash)Home office foi saída eficaz para grande parte das empresas durante quarentena
Home office foi saída eficaz para grande parte das empresas durante quarentena

“Uma pessoa com tosse, espirro e outros sintomas que não foi testada deve trabalhar em casa, mas prioritariamente deve ser testada, porque existem muitos outros vírus respiratórios que têm sintomas parecidos com o vírus da Covid-19″, diz Furtado.

Evitar contato físico e compartilhamento de objetos pessoais

Uma das formas de transmissão de vírus respiratórios é por meio do contato das mãos contaminadas com olhos, boca e nariz. O médico Diego Ramos, pneumologista da Medicina Interna Personalizada (MIP), afirma que, além da higienização das mãos, não deve-se tocar o rosto enquanto estiver na rua, além de evitar abraços, beijos e apertos de mãos.

O especialista recomenda ainda que as pessoas mantenham o distanciamento de pelo menos um metro ao tossir ou espirrar. “É importante cobrir o nariz e a boca com lenço de papel descartável ou com o antebraço ao tossir ou espirrar, para evitar o espalhamento de partículas virais pelo ambiente, reduzindo as chances de contaminação de outras pessoas”, afirma.

“É saudável que pessoas falem e se mantenham com alguma distância interpessoal. Isso vale não apenas para as questões físicas, mas até mesmo para as questões psíquicas, é um espaço que a gente precisa para ter conforto em conversar com o outro. Ao mesmo tempo, a gente entende que isso traduz muito o nosso hábito da cultura do abraço e do beijo”, complementa Chrystina.

A especialista também afirma que deve-se evitar compartilhar objetos de uso pessoal. “Tudo isso faz parte de um conjunto de regras sanitárias que nos ajudam a evitar disseminar e contrair doenças”, diz.

Evitar aglomerações

O avanço da vacinação e a redução no número de casos e de óbitos provocados pelo coronavírus permitiu a reabertura de espaços como teatros e cinemas e a retomada de grandes eventos, como festivais e congressos. Embora boa parte das atividades exija o comprovante de vacinação, os especialistas recomendam cautela principalmente para quem apresenta sinais respiratórios.

O infectologista Álvaro Furtado afirma que a manutenção das medidas de etiqueta respiratória contribui para a proteção principalmente de pessoas que apresentam o sistema imunológico enfraquecido, como imunossuprimidos, idosos, pessoas vivendo com HIV descontrolado, transplantados e pacientes com câncer.

Fonte: CNN Brasil

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