CPI TRANSPORTE COLETIVO: empresário culpa poder público pelos problemas enfrentados no transporte de passageiros

A CPI ouviu as denuncias feitas pelo empresário Afrânio Euclides, dono de uma das empresas que compõe o Consórcio Poty, responsável pelas linhas da zona norte de Teresina

Nessa quinta-feira (20/05), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público ouviu o empresário Afrânio Euclides, dono da Emvipi, uma das empresas que prestam serviços de transporte coletivo na capital e que compõe o Consórcio Poty, responsável pelas linhas da zona norte de Teresina.

Foto: Ascom / Câmara MunicipalRepresentante da empresa EMVIPI, Afrânio Euclides Sousa, durante depoimento na CPI do transporte público em Teresina
Representante da empresa Emvipi, Afrânio Euclides Sousa, durante depoimento na CPI do transporte público em Teresina

Na oitiva, o depoente apontou o poder público como o principal culpado pelo desmoronamento dos serviços de transporte coletivo, devido à falta de repasses e descumprimento do contrato.

O presidente da CPI, vereador Dudu (PT), iniciou a sessão fazendo uma explanação da situação que foi exposta até agora sobre os serviços de transporte público. “Em resumo, a população não acredita mais no poder público, nem nos empresários, pois diariamente é pautada por uma questão ruim para a cidade, que trava a nossa economia, o nosso desenvolvimento e a geração de emprego, além do fato de estarmos vivendo uma pandemia, portanto o descaso com o transporte coletivo certamente aumenta a transmissibilidade do vírus”, disse o vereador.

O representante da Emvipi, Afrânio Euclides, afirmou que a prefeitura descumpre o contrato, não fazendo o repasse de recursos financeiros e tem uma dívida de cerca de R$20 milhões.

Segundo Afrânio, a prefeitura de Teresina não tem repassado os pagamentos nas datas do edital desde 2014.,“A licitação foi em 2015, de lá para cá foram feitos quatro acordos e a prefeitura não tem cumprido. Os recursos só são repassados por meio de acordo judicial, então sempre ficam em atraso e vira uma bola de neve". 

Para o empresário, a falta de repasses e a pandemia deixaram o transporte público de Teresina em ruínas. "A CPI talvez consiga mostrar o que acontece na realidade".

Foto: Joélia Cantuária/JTNewsVereador Eduardo Borges - Dudu
Vereador Eduardo Borges - Dudu (PT), presidente da CPI

Já para o vereador Dudu, tanto a prefeitura como a empresa descumprem o contrato, e que o fato não tira a responsabilidade de um ou do outro. Dudu diz que o próprio empresário afirmou que as empresas descumpriram parte do edital que eles assinaram e se comprometeram a executar.

Segundo o presidente da comissão, realizar o pagamento agora não vai resolver todo o problema, apenas adiá-lo. O que tem que ser feito é a análise e modificação em todo o conjunto da licitação.

O presidente da CPI ainda reafirmou que o objetivo da CPI é saber onde está o ponto principal para que possa ser resolvido e levar uma solução aos que são os mais interessados no caso, e que pagam pelo sistema. "As mazelas que permeiam o transporte público estão insustentáveis. Não queremos fazer um caça às bruxas, mas não podemos deixar do jeito que está. O povo tem o direito de usufruir pelo o que paga e nós, representantes do povo, temos o dever moral e constitucional de lutar por isso", finalizou o presidente da comissão.

CPI do Transporte Coletivo

Foto: PMTA determinação da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) é mais uma tentativa de melhorar os índices de isolamento social na capital.
O transporte coletivo vem enfrentando sérios problemas nos últimos anos, um deles é a redução da frota de ônibus e a falta de pagamento dos funcionários

Iniciada nessa terça-feira (18/05) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina, tem como objetivo identificar possíveis irregularidades nos contratos e na prestação dos serviços na capital.

Os primeiros a serem ouvidos foram os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (Sintetro). Em seu depoimento, o presidente do Sintetro, Ajuri Dias, falou sobre os problemas infrentados no início da pandemia e sobre a falta de pagamento e demissões recorrentes. 

Fonte: JTNEWS

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