CPI Transporte Coletivo: SETUT é acusado de receber verba pública e não pagar os trabalhadores rodoviários de Teresina

Comandada pelo vereador Dudu, a CPI ouviu as denuncias feitas pelo presidente do Sintetro, que declarou que 60% dos funcionários foram demitidos por falta de verba

Nessa terça-feira (18/05) o vereador Dudu (PT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina, deu início às oitivas na Câmara Municipal, que tem como objetivo identificar possíveis irregularidades nos contratos e na prestação dos serviços na capital.

Foto: divulgaçãoCâmara Municipal de Teresina
Câmara Municipal de Teresina, local onde está sendo sediada a CPI do Transporte Coletivo

Os primeiros a serem ouvidos foram os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (Sintetro).

Em seu depoimento, o presidente do Sintetro, Ajuri Dias, contou que os problemas se intensificaram em março de 2020, com o início da pandemia. Segundo Ajuri Dias, cerca de 60% dos trabalhadores foram demitidos devido ao não cumprimento do reajuste de salário e a falta de pagamento, e que existem apenas 180 ônibus em circulação na capital, atualmente.

“Antes da pandemia havia um acordo para o reajuste do salário, mas não foi cumprido, pelo contrário, reduziram e pararam de pagar. Cerca de 60% dos trabalhadores foram demitidos e os que ficaram têm problemas psicológicos, adoecem e precisam de ajuda para se alimentar. Em nenhum momento o SETUT mostrou interesse em dialogar e entrar em um acordo, assim como a nova gestão da prefeitura”, pontuou o presidente do Sintetro.

Foto: Joélia Cantuária/JTNewsVereador Eduardo Borges - Dudu
Vereador Eduardo Borges - Dudu é o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina

Diante da informação passada pelo representante do sindicato, o presidente da comissão, o vereador Dudu, declarou que o quantitativo previsto era de 419 ônibus em circulação e não 180 ônibus [quantidade que está ativa na capital], e também comentou sobre a questão dos salários dos funcionários.

"Falamos sobre o fato de que trabalhadores foram levados a assinar um documento afirmando o recebimento dos salários, mas ao receber, o valor era menor do que o acordado. Outra manobra [realizada pelo SETUT] é o não fornecimento de combustível. São questões graves confirmadas pelo presidente do Sintetro e que vamos investigar a fundo”, afirmou o vereador Dudu. 

Foto: DivulgaçãoÔnibus coletivos de Teresina
Atualmente a frota de transporte coletivo da cidade conta com apenas 180 ônibus disponíveis

Já o vereador Deolindo Moura (PT), que é membro da comissão parlamentar, declarou que a situação relatada por Dias é um crime. "O que o presidente do sindicato esta colocando aqui é, inclusive, a questão de um crime. O que eles estão colocando aqui é que o SETUT tem a dificuldade de pagar o serviço, mesmo recebendo o recurso da prefeitura", declarou o vereador.

Ainda em seu depoimento na CPI, Ajuri Dias defendeu o rompimento de contrato entre a Prefeitura Municipal de Teresina (PMT) e as empresas de ônibus, que segundo ele, não estão cumprindo as regras impostas na licitação. Para o vereador Edson Melo (PSDB), a quebra de contrato deve ser bem avaliada para não haver prejuízo também para a população, que já está sendo prejudicada.

Segundo o presidente da CPI, os trabalhadores são a parte mais fragilizada e precisam ser priorizados.

Além dos trabalhadores, também foi ouvido um perito que presta serviços à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) e que foi responsável por acompanhar os processos judiciais envolvendo o município e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT).

Na próxima oitiva, que será realizada na quinta-feira (20/05), devem ser ouvidos os empresários e representantes das concessionárias que prestam o serviço de transporte público em Teresina.

Fonte: JTNEWS

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