Desinflação deve ser “mais lenta” a partir de agora, diz presidente do BC, Campos Neto

"Embora tenhamos progredido até agora, ainda enfrentamos desafios para consolidar a desinflação no Brasil", diz Roberto Campos Neto

A desaceleração da inflação no Brasil, que está em curso, deve diminuir de velocidade nos próximos meses, o que exige permanente atenção da autoridade monetária do país. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que participou, por videoconferência, de um evento promovido pelo BC nesta quarta-feira (17/5), em São Paulo.

Foto: Reprodução/ internetPresidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

“O processo de desinflação deve continuar, mas de forma não linear. Os núcleos de inflação estão mais resilientes devido à difusão da inflação entre os setores e pressões subjacentes ainda fortes em componentes mais rígidos, como serviços”, disse Campos Neto. “A velocidade da desinflação tende a ser mais lenta nessa segunda etapa, tanto no Brasil quanto nos demais países.”

Em seu pronunciamento, o presidente do BC disse que a política monetária vem dando resultado, segurando a inflação nos últimos meses. Mesmo assim, segundo Campos Neto, a ameaça inflacionária permanece.

“Embora tenhamos progredido até agora, ainda enfrentamos desafios para consolidar a desinflação no Brasil”, afirmou.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,61%, desacelerando em relação a março. De acordo com as projeções do mercado, a inflação no Brasil deve terminar o ano no patamar de 6%.

A taxa básica de juros (Selic), principal instrumento do BC para controlar a inflação, está em 13,75% ao ano.

Sistema financeiro e regulação bancária

Em sua fala durante a conferência do BC, Roberto Campos Neto afirmou que a estabilidade financeira “ganhou relevância recentemente”, com a crise enfrentada por uma série de bancos regionais dos Estados Unidos, além da venda do Credit Suisse para o UBS.

Segundo o presidente do BC, esses episódios foram pontuais e têm “contágio limitado até o momento”, mas “requerem monitoramento”. Para Campos Neto, a crise mostra que “em momentos de maior estresse, os resgates bancários são potencializados”.

“É fundamental que a regulação (bancária) leve em conta os novos riscos”, disse o chefe da autoridade monetária, citando a facilidade para fazer saques bancários atualmente, graças ao avanço da tecnologia.

Fonte: JTNEWS com informações do Metropoles

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