"Doa a quem doer. E eu não vou me calar", declara Renato Montanha contra processo de vereadora de Teresina
Em sua defesa, ele reafirmou que apenas expôs fatos apurados por investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil e que não se intimidará diante da ação judicial.O jornalista Renato Montanha se manifestou publicamente após ser processado pela vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros (PSB), por calúnia e difamação. Em sua defesa, ele reafirmou que apenas expôs fatos apurados por investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil e que não se intimidará diante da ação judicial. "A verdade não se apaga e eu não vou me intimidar", declarou Renato Montanha.
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O processo foi motivado por um vídeo publicado pelo jornalista, no qual ele denuncia a ligação de Tatiana Medeiros com o crime organizado. "Tatiana Medeiros é mulher de um chefão de facção criminosa, Alandilson Cardoso, que tem uma ficha criminal gigantesca. Vocês lembram dos ônibus incendiados por facções criminosas em Teresina? Acham mesmo que ele não deu a ordem?", questionou.
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Renato Montanha também destacou uma das maiores operações contra o crime organizado no Piauí, conduzida pelo Senac, que bloqueou R$ 2 bilhões em ativos ilícitos e apreendeu 190 veículos. "Quando ele [Alandilson] foi preso, Tatiana Medeiros estava com ele no quarto, em Minas Gerais. Na internet, circularam fotos dela sendo abordada pela polícia em um carro de Allan Dilson. E ele estava sendo monitorado porque já havia sido preso com drogas em um carro blindado em 2022", afirmou.
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Segundo Montanha, a principal acusação contra ele é de que teria espalhado fake news ao mencionar a abordagem da vereadora, já que no momento da revista policial não foram encontradas drogas no veículo. No entanto, ele rebate essa acusação e diz que esse nunca foi o ponto central de sua denúncia. "O foco sempre foi o fato de uma advogada e vereadora ser apontada pela Polícia Federal com envolvimento com facções criminosas. E todo mundo achar isso normal", reforçou.
Após a publicação do vídeo, Renato Montanha afirma que começou a receber ameaças e que foi procurado pelo advogado de Tatiana Medeiros, Delano Souza, que exigiu a remoção do conteúdo sob ameaça de processo. "O advogado dela me deu poucas horas para retirar o vídeo, alegando que eu deveria apagar porque não havia droga no carro. Mas a questão nunca foi essa", explicou.
Montanha também revelou que, ao pesquisar sobre o advogado da vereadora, descobriu que ele já havia sido preso em 2019, acusado de integrar uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias e no Judiciário. "Veja o nível desse pessoal e o risco que a nossa profissão enfrenta", afirmou o jornalista. Segundo ele, na época da prisão, Delano Souza chegou a ironizar a situação e insinuou que magistrados envolvidos na sua detenção estariam ligados ao crime organizado.
Outro ponto levantado pelo jornalista diz respeito ao financiamento da campanha eleitoral de Tatiana Medeiros. Ele cita que, segundo a Polícia Federal, a parlamentar teria recebido dinheiro de uma facção criminosa para financiar sua candidatura. "Foram encontrados R$ 100 mil na ONG dela. Sem explicação sobre a origem do dinheiro", destacou.
O jornalista também mencionou que, na época, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), desembargador Sebastião Martins, manifestou preocupação com vereadores eleitos com dinheiro do crime organizado, mas que foram diplomados sem qualquer impedimento legal. "Agora eu pergunto: onde está a fake news? Quem está mentindo? Querem calar a verdade?", questionou.
Montanha reforçou que continuará exercendo sua profissão com liberdade e que não aceitará ser silenciado. "Eu não sou inimigo de faccionados. Não quero guerra com ninguém. Eu apenas exijo o direito de exercer a minha profissão com liberdade, como qualquer jornalista sério desse país. Mas se denunciar o óbvio virou crime, se falar a verdade virou perseguição, se expor fatos virou fake news para essa gente, então, meu amigo, estamos vivendo tempos muito perigosos", alertou.
Para ele, a luta contra o crime organizado é um dever de todas as instituições, e seu papel como jornalista é relatar os fatos, independentemente das consequências. "A luta contra o crime organizado é dever do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. O meu dever é relatar fatos. Doa a quem doer. E eu não vou me calar", finalizou.
Fonte: JTNEWS
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