Em vídeo, delegado alerta para possibilidade de aumento da criminalidade com a instituição do Pix
O delegado Fernando Morais, que já esteve à frente da Divisão de Sequestros da Polícia Civil do RJ, afirma que o novo sistema de pagamento torna as pessoas muito mais vulneráveis à criminalidadeO experiente delegado Fernando Morais, da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, alerta para o aumento da criminalidade com a instituição do Pix, novo sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC).
O Pix foi desenhado para substituir os outros meios de pagamento como TED, DOC e o boleto cancário. O novo sistema permite que qualquer tipo de transferência e de pagamento seja realizada em qualquer dia, incluindo fins de semana e feriados, e a qualquer hora.
"O que me preocupa é que essa facilidade veio parar dentro desse aparelho [o telefone celular]. O aparelho que está na nossa mão 24 horas por dia. Então a minha preocupação é que eu prevejo um exponencial aumento da criminalidade, no que tange a essa facilidade de transferência bancária", declara o delegado, que já esteve à frente da Divisão de Sequestros da Polícia Civil.
Segundo Fernando Morais, o novo sistema de pagamento torna as pessoas um alvo mais tentador para os assaltantes. "Quando eles descobrirem, na hora da abordagem, no seu carro, na sua residência ou se te levarem para um cativeiro. Se ele tiver acesso ao seu celular ele vai conseguir tirar da sua conta todo o dinheiro que estiver lá depositado", afirma.
"Alguém se deu conta que essa facilidade que veio para ajudar nas negociações, nas transações bancárias, também vai facilitar muito a vida dos marginais? Nós vamos ter um aumento exponencial nos crimes de roubo, nos crimes de sequestro relâmpago, nos crimes de extorsão mediante sequestro, nos crimes de roubo à residência". O delgado pede ainda que as pessoas atentem para a segurança antes de aderir ao novo sistema de pagamento.
O Banco Central garante que a segurança é priorizada em todos os aspectos do ecossistema, inclusive em relação às transações, às informações pessoais e ao combate à fraude e lavagem de dinheiro.
A identidade do pagador é digitalmente autenticada, por senha, token, reconhecimento biométrico, ou outro método de segurança adotado pela instituição de relacionamento, antes qualquer pagamento ou transferência.
As instituições poderão estabelecer limites máximos de valores para as transações com base no perfil de cada cliente, período, titularidade da conta, canal de atendimento e procedimento para iniciação. Tais limites se ancoram nos limites estabelecidos para outros instrumentos de pagamento, como TED e cartão de débito.
O Pix, assim como outros meios eletrônicos, tem transações integralmente rastreáveis, por serem operações de conta a conta. Ou seja, o destinatário de uma transferência financeira em situação de sequestro ou outro meio de coação ilícita é totalmente identificado.
O Pix apresenta segurança superior aos demais instrumentos de pagamento nos crimes "sem contato pessoal", considerando as exigências de autenticação robusta utilizando senha, biometria ou reconhecimento facial. Segundo o Banco Central, todos esses mecanismos em conjunto fazem o Pix um meio de pagamento tão ou mais seguro que os demais, a exemplo de transferências bancárias e cartões.
Fonte: JTNEWS
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