Especialistas alertam: ainda não há base científica para aplicar terceira dose
Prefeito do Rio anunciou que existe proposta no município de aplicar a terceira dose da vacina; medida ainda teria que passar pelo aval do Ministério da SaúdeCom menos de 20% da população brasileira com o calendário vacinal completo, a terceira dose ou dose de reforço para a COVID-19, tem sido proposta por alguns governantes, como o prefeito Eduardo Paes. Apesar de parecer uma proteção extra especialmente para os idosos e as pessoas do grupo de risco, especialistas apontam que ainda não há evidência científica que justifique uma nova aplicação do imunizante.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), doutor Renato Kfouri, pontuou que fazer promessas sem embasamento científico pode incitar a desconfiança das pessoas na eficácia das vacinas e incentivar que elas procurem a dose de reforço de forma irregular.
“Isso é um desserviço, as pessoas podem se desesperar, achar que a vacina não funciona tão bem e querer receber essa terceira dose de forma irregular sem evidência científica”, ressaltou.
A médica epidemiologista e vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, Denise Garrett, também considera que tomar a decisão de reforçar a vacinação sem embasamento em dados é precipitada. Ela ressalta que as evidências indicam que os imunizantes têm apresentado uma boa resposta à hospitalização e mortes de idosos, e destaca quais seriam as situações que garantiriam a necessidade de reforço.
“Uma delas é se a imunidade for diminuindo, dado que não temos ainda, mas sabemos que a imunidade dura um longo tempo, provavelmente anos. A outra é se as novas variantes estivessem escapando à imunidade vacinal, o que também não é o caso, especialmente para quem tomou as duas doses. E o outro caso seria em grupos específicos, como os idosos, se a vacina não estivesse funcionando bem, e pra isso ainda não temos dados concretos da CoronaVac, pois ainda são preliminares. No caso da Pfizer e da AtraZeneca sabemos que está funcionando bem”, pontua.
Nesta quinta-feira (01/7), o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), revelou que pretende vacinar idosos com uma terceira dose da vacina contra a COVID-19 ainda neste ano.
Segundo ele, a proposta está sendo formulada, mas terá de passar pelo aval do Ministério da Saúde para estar em consonância com o Plano Nacional de Imunização (PNI). O Prefeito disse que já conversou com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o assunto.
“Não está definido. Essa é uma proposta que está sendo formulada pelo Comitê Científico da Prefeitura e pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Eu já falei com o ministro Queiroga na semana passada, quando ele esteve aqui, mas essa é uma decisão do PNI”, afirmou.
Paes explicou que a intenção surgiu devido ao avanço da campanha da vacinação no município, e que há grandes chances de vacinar toda a população com a primeira dose até meados de agosto, além de aplicar a segunda dose entre outubro e novembro.
Membro do Comitê Científico, o infectologista Alberto Chebabo, no entanto, informou que a aplicação da dose de reforço é muito mais um desejo da Prefeitura do que um fato concreto, e que o assunto ainda não foi discutido pelo Comitê.
Também nesta quinta, a Prefeitura divulgou mais uma antecipação do calendário de vacinação na Capital Fluminense. Até o dia 17 de julho, a campanha vai avançar até a faixa dos 37 anos. Antes, a previsão era de que esse prazo fosse cumprido em agosto.
Até o momento, 58,6% da população adulta e 45,8% da população em geral já foram vacinadas com a primeira dose no Rio de Janeiro. Em relação aos idosos, 1.193.541 receberam a primeira dose, e 810.909 deles já foram imunizados também com a segunda dose da vacina contra a COVID-19.
Em números gerais, a Capital do Estado registra mais de quatro milhões de vacinas aplicadas e mais de 980 mil pessoas imunizadas com as duas doses, além de 47.295 mil com dose única. Ao todo, quase 20% da população adulta do município já tem o esquema vacinal concluído.
Nesta sexta-feira (2/7), serão vacinadas as pessoas com 43 anos, e no sábado (3/7), os que têm 43 anos ou mais, na repescagem. Na segunda-feira (5/7), será a vez das mulheres com 42 anos, e assim sucessivamente. Gestantes, lactantes e puérperas acima de 18 anos estão aptas a serem imunizadas em qualquer dia da semana.
Fonte: JTNEWS com informações da CNN Brasil
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