Funcionário da Saúde de Simões (PI) ameaça retaliação: “quem votou contra vai sentir na pele e vai faltar atendimento”
O servidor, que demonstrou total alinhamento com o discurso do prefeito Zé Ulisses, reforçou que o foco da nova gestão não será atender aqueles que “votaram contra” o grupo político.Um funcionário da área da saúde de Simões, que preferiu não se identificar, fez declarações duras e polêmicas ao comentar o resultado das eleições municipais, nas quais o grupo político do atual prefeito, Zé Ulisses, conseguiu eleger Magno Dantas (PSD). A fala do servidor, que é apoiador de Zé Ulisses, sugere que a nova gestão irá adotar uma postura de retaliação contra aqueles que não votaram no candidato eleito, em uma atitude que pode comprometer o atendimento de saúde para parte da população.

Durante uma conversa, o funcionário revelou sua insatisfação com eleitores que teriam apoiado a oposição, liderada por Cleivan Coutinho (PT), e deixou claro que eles poderão enfrentar dificuldades para conseguir serviços básicos, como transporte para consultas e atendimentos. “Agora vai faltar [cargo e viagem] porque na hora que o cabra sente no bolso, ele reconhece. Eles vão saber o deles, pra tosse”, afirmou, em tom de ameaça.
O servidor, que demonstrou total alinhamento com o discurso do prefeito Zé Ulisses, reforçou que o foco da nova gestão não será atender aqueles que “votaram contra” o grupo político. “Eu trabalho na saúde lá, e a gente ajeita o povo, e no dia das carreatas deles [da oposição] era o povo no meio lá, no meio da oposição. E eu tentando identificar pra mim dar a resposta, esse povo aí, viu? Que votaram contra, mas eles vão saber o deles, pra tosse”, desabafou.
Ele ainda sugeriu que, daqui para frente, serviços como transporte para atendimento de saúde em cidades como Picos e Teresina poderão ser suspensos. “Agora vai faltar [carro e viagem]. Nunca faltou um carro pra ninguém, nem pra Picos, nem pra Teresina, nem nada. Agora vai faltar. Quando o cabra sentir no bolso, ele reconhece”, completou.
O funcionário ainda mencionou que, ao longo do mandato, pretende dificultar o acesso aos serviços de saúde para a população que não apoiou o grupo vencedor. “Vou botar muita gente nas unhas. Eles acham que é obrigação. Vou chegar às 8h30 na secretaria, não vou botar ninguém em regulação, nem vou me desgastar com viagem. Quando eles sentirem na pele, vão reconhecer o que a gente já fez por eles”, afirmou.
Segundo ele, a gestão irá impor um “trancão” de dois anos contra os eleitores da oposição. “Dá dois anos de trancão neles. Eles depois vão reconhecer o que a gente já fez por eles”, concluiu, reforçando um discurso de retaliação que prejudica o princípio de isonomia no atendimento público.
As falas do funcionário da saúde levantam preocupações sobre o possível uso de cargos públicos e serviços essenciais para promover retaliações políticas. A postura declarada contraria os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), que garante atendimento universal e igualitário a todos os cidadãos, independentemente de suas escolhas políticas.
Se confirmadas, tais ações configuram um abuso de poder e podem prejudicar a população mais vulnerável, que depende do sistema público para ter acesso a tratamentos e exames médicos. O caso revela um cenário de perseguição política que fere diretamente o bem-estar da comunidade.
Fonte: JTNEWS
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